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Corte egípcia prende 23 ativistas por violarem lei de protestos

Por MAGGIE FICK
Atualização:

Uma corte egípcia condenou 23 jovens ativistas à prisão por três anos, neste domingo, por violarem a lei que bane protestos sem permissão, segundo fontes judiciais, em um caso que os grupos de direitos humanos dizem refletir um clima de repressão cada vez maior no país.  Os ativistas foram presos em junho, quando estavam se manifestando contra a lei. Aprovada ano passado, depois que o exército derrubou o presidente islâmico Mohamed Mursi, a norma restringiu bastante os protestos que os egípcios usaram para derrubar o presidente Hosni Mubarak, em 2011, e expressar descontentamento contra Mursi, em 2013.  Quatro dias depois da prisão, o procurador público rapidamente ordenou o julgamento dos réus. Além da acusação de violar a lei de protestos, os réus foram condenados por bloquearem as ruas durante a demonstração, causarem danos à propriedade pública e usarem violência "com o objetivo de aterrorizar civis".  Grupos de direitos humanos disseram que as acusações não têm base legal. A Anistia Internacional considerou esse outro exemplo de uma série de "julgamentos-show", baseados em poucas evidências. O grupo disse em um comunicado, em setembro, que esses julgamentos parecem ser um aviso para que os cidadãos não desafiem o governo. A operação de segurança lançada depois que o chefe do exército Abdel Fattah al-Sisi derrubou Mursi, da Irmandade Muçulmana, inicialmente tinha como alvo os islâmicos que queriam que Mursi retornasse. Ano passado, meses depois que as forças de segurança mataram centenas de manifestantes islâmicos em dois protestos no Cairo e prenderam milhares de outros, as autoridades começaram a prender ativistas liberais e seculares. Três jornalistas da Al Jazeera foram condenados a sete anos em junho por ajudarem uma"organização terrorista" em um caso que foi repudiado pelos governos ocidentais que ajudam Cairo política e militarmente.  Sisi foi eleito presidente, em maio, e prometeu recuperar a economia e o combate à insurgência islâmica no Sinai. Ele fez menos promessas específicas sobre direitos e liberdades que levaram muitos egípcios às ruas em 2011. 

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