Cosan anuncia aquisição de postos da Petrosul

Rede de 83 postos que opera no Estado de São Paulo será integrada [br]à Esso; compra é mais um passo no processo de consolidação do setor

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Foto do author José Maria Tomazela
Por Nicola Pamplona , Eduardo Magossi e José Maria Tomazela
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O grupo Cosan anunciou ontem a compra da rede do postos da Petrosul, que opera no Estado de São Paulo. Os 83 postos serão integrados à rede Esso, adquirida pela companhia no início do ano passado. A transação, que segundo fontes do mercado teria sido fechada por algo entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões, representa mais um passo no processo de consolidação do setor de combustíveis, iniciado há dois anos.Segundo nota divulgada pela Cosan, a operação não inclui ativos de distribuição da Petrosul, como bases de tancagem e contratos de venda de combustíveis para outros 560 postos. A Petrosul continuará atuando na venda de produtos a postos de outras bandeiras ou com bandeira branca. Seu grande foco é no negócio de etanol, que representa quase 40% de suas vendas.A operação faz parte de uma estratégia da Cosan para crescer sua participação no mercado de combustíveis, hoje em 5,4%. A empresa estuda outras aquisições, principalmente de redes de menor porte, para atingir a meta de acrescentar 150 postos por ano. Maior produtora brasileira de etanol, a Cosan estreou na distribuição de combustíveis em abril de 2008, com a compra, por US$ 826 milhões, de 1,5 mil postos e outras instalações da Esso do Brasil. No mesmo ano, o grupo Ultra comprou os ativos de distribuição brasileiros da americana Texaco, que foram integrados à rede Ipiranga, e a Ale ficou com os postos e bases da espanhola Repsol. A movimentação, iniciada no ano anterior com a compra da Ipiranga pelo Ultra e Petrobrás, é vista como uma reviravolta no setor, que passou anos imerso em problemas de adulteração de combustíveis e sonegação de impostos. Tal cenário motivou a saída de grandes grupos internacionais, como Esso e Texaco, além da venda da Ipiranga, segunda maior distribuidora do País. "Nos últimos dois anos, há uma percepção de que o setor voltou a dar retorno", diz o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz. Ele credita a mudança ao esforço para combater as fraudes, que hoje estão praticamente restritas ao mercado de etanol anidro.Segundo Vaz, a consolidação não se resume a aquisições de redes: as distribuidoras tradicionais estão avançando também sobre os postos de bandeira branca. De fato, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a participação dos postos de bandeira branca no Sudeste, maior mercado, caiu de 47,6% para 45,3% entre julho e outubro deste ano.

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