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Costa do Marfim investiga Gbagbo por violar direitos humanos

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Por Redação
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Autoridades da Costa do Marfim começaram a investigação criminal contra o ex-presidente Laurent Gbagbo e sua comitiva, disse um porta-voz do governo, enquanto conflitos esporádicos começaram em várias partes da principal cidade, Abidjan. O porta-voz do governo Patrick Achi disse que Gbagbo, sua mulher e outras 100 pessoas do círculo interno do ex-presidente serão investigados por violações de direitos humanos. Gbagbo usou o exército para se manter no poder depois de perder a eleição em novembro para Alassane Ouattara. Ouattara finalmente tomou o controle do país, principal produtor de cacau do mundo, no início deste mês quando as forças leais a ele, com apoio da França e da tropas da ONU, capturaram Gbagbo depois de dias de batalhas violentas em Abidjan. "Uma investigação preliminar foi aberta contra Laurent Gbagbo, a sua mulher e a sua comitiva", disse Achi. "Não posso dizer quais são as principais acusações. Isto é um trabalho para os tribunais." O tratamento de Gbagbo vai testar a capacidade de Ouattara de fazer justiça ao mesmo tempo em que trabalha pela reconciliação em um país que foi destroçado por uma eleição que deveria curar as feridas da guerra civil de 2002-2003. Ainda que boa parte da cidade esteja calma desde a prisão de Gbagbo, armamento pesado e saraivadas de tiros foram ouvidas no bairro de Abobo em Abidjan nesta quarta quando as forças de Ouattara atacaram um grupo insurgente rival, disseram um morador e um porta-voz do grupo. "Estamos em processo de desarmamento e pedimos aos nossos combatentes para entregar as suas armas. E é nesse contexto que o Exército da Costa do Marfim nos cercou e atacou os nossos quartéis-generais", disse um porta-voz do grupo insurgente Invisible Commando. "Não entendemos esta ação do Exército", acrescentou. Um comandante do Exército que pediu para não ter o seu nome divulgado confirmou o ataque ao Invisible Commando e disse que a ofensiva tinha a intenção de desarmar o grupo. O Exército da Costa do Marfim consiste de antigos rebeldes da guerra civil de 2002-2003 e esses soldados têm uma longa história de rivalidade contra o Invisible Commando, apesar dos dois grupos se oporem a Gbagbo.

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