A CPI que investiga as relações do empresário Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas adiou mais uma vez nesta terça-feira a votação dos requerimentos que pediam a convocação dos governadores Marconi Perillo (Goiás), Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro). Uma questão de ordem apresentada pelo deputado Gladson Cameli (PP-AC), que questionou o poder da CPI para convocar governadores, promoveu o adiamento, já que o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que só esclarecerá a dúvida na próxima reunião, marcada para quarta-feira. Também nesta terça, a CPI aprovou a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico da Delta em nível nacional, contrariando uma proposta do PT que preferia votar apenas a quebra de sigilos bancário das contas que tivessem relação financeiras com as empresas que pertenceriam à organização de Cachoeira. Perillo, que é do PSDB, e Queiroz, filiado ao PT, são citados nas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, que servem de matéria-prima para a CPI. Já Cabral, que é do PMDB, é amigo pessoal do ex-presidente da construtora Delta Fernando Cavendish. A empreiteira é acusada de ter Cachoeira como sócio oculto e há suspeitas de que ela seria usada para lavar dinheiro que o empresário obteria com jogos ilícitos. Desde o começo dos trabalhos da comissão, há mais de um mês, há pressão para convocar Perillo, Queiroz e Cabral, mas os partidos a que pertencem têm resistido a colocar os requerimentos em votação. Cachoeira está preso desde fevereiro deste ano, acusado de comandar uma rede que explorava jogos ilegais. (Reportagem de Jeferson Ribeiro)