Crédito mais fácil via cooperativas

Cooperados têm os mesmos serviços dos bancos, mas com taxas de juros menores e sem a cobrança de tarifas

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Por Fernanda Yoneya
Atualização:

Em época de crédito restrito nas tradings e nos bancos, uma das saídas para produtores obterem recursos para a safra - do plantio à comercialização - tem sido as cooperativas de crédito, responsáveis, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), por 10% dos financiamentos do setor. Criadas com o objetivo de oferecer os mesmos produtos e serviços de instituições financeiras comuns, essas cooperativas atraem cada vez mais produtores, não só pela liberação de crédito rápida, mas pela isenção de tarifas e pelas taxas de juros menores. "A cooperativa de crédito é uma sociedade de pessoas que capitalizam o empreendimento e, diariamente, movimentam suas economias neste empreendimento", explica o presidente da Cooperativa de Crédito Rural Coonai (Credicoonai), de Ribeirão Preto (SP), Henrique Castilhano Vilares. Isso significa que o produtor cooperado é, ao mesmo tempo, "dono" e cliente da cooperativa. O pré-requisito para solicitar crédito é ser cooperado, diz a gerente de controles internos da Cooperativa de Crédito Rural dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba (Coopecredi), em Guariba (SP), Renata Cristina Venturin de Miguel. E, para se associar, além de ser da região, o produtor deve ser indicado por dois cooperados. "É preciso apresentar a matrícula da propriedade e fazer um depósito de, no mínimo, R$ 200." Associado, o produtor tem 30 dias para iniciar operações de crédito. Essa carência faz parte de resolução do Banco Central. POSTO DE ATENDIMENTO "O produtor procura um Posto de Atendimento ao Cooperado (PAC) e apresenta sua proposta, que é analisada pela cooperativa. Se aprovada, o produtor registra em cartório a cédula rural e tem o recurso creditado em conta corrente ao devolver a cédula à cooperativa", resume Vilares. Já o processo de liberação de crédito avalia o histórico financeiro do cooperado, como restrições de crédito, garantias e disponibilidade de recursos para o empréstimo. "O sistema é rápido", diz o produtor João Roberto Pestana de Castro, de Altinópolis (SP), cooperado há mais de 20 anos. Ele cultiva 135 hectares de café e 25 hectares de grãos e já tomou R$ 250 mil na cooperativa, o equivalente a 30% do crédito total necessário. "A cooperativa já liberou, estou à espera do crédito." O forte nessas cooperativas são os recursos obrigatórios (repasses do governo), mas parte do crédito vem de recursos próprios. Os limites de crédito são definidos com base em critérios como cultura e custo de produção, área e capacidade de pagamento. Na Coopecredi o limite de crédito para cana é de R$ 130 mil a R$ 200 mil/pessoa física. Na Credicoonai, o limite para milho é de R$ 1.400/hectare; soja, R$ 1.200/hectare; cana, R$ 1.800/hectare e café, R$ 2 mil/hectare. INFORMAÇÕES: Site: www.sicoob.com.br

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