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Crédito volta ao normal em dois meses, diz Meirelles em Davos

Para presidente do BC, País é um dos poucos emergentes com recurso para substituir crédito estrangeiro

Por Nichola Groom e da Reuters
Atualização:

As condições de crédito vão voltar ao normal no Brasil em dois meses com os esforços do governo para destravar os empréstimos, afirmou neste sábado, 31, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. "O Brasil é um dos poucos países emergentes e em desenvolvimento que tem recursos para substituir o crédito internacional", disse à Reuters no Fórum Econômico Mundial.  Veja também: FMI vê com preocupação queda de fluxo para emergentes Em Davos, países prometem destravar Rodada Doha  Polícia usa gás para dispersar protesto em Genebra De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  "Podemos esperar que a oferta total de crédito, doméstico e internacional, estará normalizada em 30 a 60 dias."  A oferta de crédito doméstico já voltou aos níveis anteriores à crise, acrescentou. O BC já informou que vai destinar até 20 bilhões de dólares das reservas internacionais para mais de 4.000 empresas brasileiras com dívida no exterior vencendo entre setembro de 2008 e o final deste ano. Antes de a crise atingir os mercados emergentes, as companhias brasileiras estavam rolando a dívida e também obtendo mais empréstimos no exterior. Meirelles afirmou ainda que espera que o país cresça mais que a média mundial em 2009. Crédito nos EUA O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu neste sábado, 31, em seu pronunciamento semanal na internet um novo plano para estimular a concessão de crédito no país e baixar o custo das hipotecas afetadas pela crise imobiliária. O pacote deve ser anunciado nos próximos dias pelo secretário do Tesouro, Tim Geithner. "Vamos anunciar uma nova estratégia para recuperar nosso sistema financeiro que permita a concessão de crédito para pequenos negócios e também para famílias americanas. Os preços das hipotecas vão cair e pequenas empresas terão acesso ao dinheiro para criar novos empregos", disse o presidente. Obama voltou a criticar o pagamento de bônus bilionários em 2008 para executivos de Wall Street e atacou indiretamente o modo como o pacote de recuperação do sistema financeiro de US$ 700 bilhões foi aplicado pelo seu antecessor, George W. Bush. "Embora o pacote tenha evitado o colapso financeiro, muitos estão frustrados com seus resultado, e com razão. Por muitas vezes o dinheiro do contribuinte foi gasto sem transparência. Os bancos foram ajudados, mas o crédito não chegou a quem precisava dele", afirmou.

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