PUBLICIDADE

Criação de empregos cai 35,7% em 2012; governo prevê 2 mi em 2013

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A criação de empregos com carteira assinada caiu 35,7 por cento em 2012, no pior resultado em uma década, com recuo na oferta de emprego em todos os setores da economia, mas o governo projetou a criação de 2 milhões de vagas para este ano. "Baseio essa estimativa nas medidas macroeconômicas adotadas pelo governo, algumas focadas em desoneração da folha em determinados setores e nesta última medida de redução drástica da energia elétrica", disse o ministro do Trabalho, Carlos Brizola Neto, nesta sexta-feira. A criação de vagas no ano passado somou, em termos ajustados, 1,301 milhão de vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, ante o resultado de 2,026 milhões de vagas em 2011. Foi o piro número desde os 860,9 mil postos criados em 2003. Em dezembro, o Brasil eliminou 496,9 mil postos formais, acima da destruição de 402 mil vagas de pesquisa da Reuters com o mercado. As demissões líquidas (descontadas as admissões) foram provocadas pela "entressafra agrícola, fim do ciclo escolar e pelo esgotamento da folha de consumo no fim de ano", afirmou o Ministério do Trabalho. MENOS CONTRATAÇÕES A queda em 2012 foi marcada pela forte desaceleração nas contratações em todos os setores produtivos, refletindo o baixo crescimento da economia, com destaque para a indústria, com diminuição em 60 por cento nas contratações. No setor serviços, a geração de postos ficou 30,5 por cento menor. Nas empresas da construção civil, o recuo foi de 36,5 por cento. Mas foi na agricultura que a redução de vagas aconteceu de forma mais drástica, com o saldo das contratações de 2012 fechando em 4,9 mil, ante 85,6 mil em 2011. Para Brizola Neto, a despeito da queda, a geração de vagas se manteve em nível suficiente para incorporar os trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho. "O importante é que mesmo em um cenário de crise, o mercado de trabalho gerou saldo positivo que atende as pessoas que entram todo ano no mercado de trabalho. Isso garantiu taxas plenas de emprego nas regiões metropolitanas", comentou. Em novembro, a taxa de desemprego bateu novo recorde na mínima histórica, ficando em 4,9 por cento. SALÁRIOS Mesmo com menos oferta de vagas, o rendimento do trabalhador assalariado continuou a avançar, com o salário médio de admissão ultrapassando pela primeira vez o valor de 1 mil reais. No acumulado do ano passado, o salário médio de contratação atingiu 1,011,77 reais, com alta real sobre o valor médio de 966,45 reais registrado em 2011. Segundo o Ministério do Trabalho, a alta de 14 por cento do salário mínimo em 2012 foi um dos fatores que influenciaram nessa elevação, indicando que neste ano, quando o mínimo teve alta real de 9 por cento, os salários de admissão deverão manter a trajetória de valorização. (Por Luciana Otoni)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.