Criança que vive com fumantes tem mais problemas em cirurgia

Algumas das crianças que viviam com fumantes exigiram apoio adicional para respirar, incluindo broncodilatadores e oxigênio extra

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Crianças são especialmente vulneráveis ao fumo passivo, tanto por serem pequenas e estarem em fase de crescimento quanto por constituírem uma "audiência cativa" para adultos fumantes. Agora, cientistas identificaram um novo problema: risco ampliado de dificuldades respiratórias durante procedimentos cirúrgicos. Os médicos Dwight Jones, do Children´s Hospital Boston, e Neil Bhattacharyya, do Brigham and Women´s Hospital , acompanharam 405 crianças, 168 das quais vivem em casas com fumantes. As crianças passaram por pequenos procedimentos cirúrgicos, como drenagem de fluido do ouvido médio e circuncisão. Todas passaram por anestesia geral e receberam oxigênio via máscara. Crianças que viviam com fumantes tiveram uma incidência mais alta de problemas respiratórios durante cirurgia do que as de famílias sem fumantes: excesso de secreção mucosa (38% a 8%), respiração presa (15% a 6%), constrição da laringe ou dos tubos bronquiais, que poderiam prejudicar a respiração (29% a 5%) e obstrução das vias aéreas (29% a 11%). "Foi durante o período de despertar na sala de cirurgia que elas se saíram pior", disse Jones, um otolaringologista pediátrico. "Tivemos maior dificuldade em tirar crianças da anestesia por causa de estrangulamento, engasgo e secreções". Algumas das crianças que viviam com fumantes exigiram apoio adicional para respirar, incluindo broncodilatadores e oxigênio extra, e precisaram passar a noite no hospital. Exceto pelos casos de obstrução das vias aéreas, quanto maior o número de cigarros fumados ao dia na casa da criança, piores as complicações na cirurgia. Os resultados do trabalho estão publicados na edição de 1º de julho do periódico Otolaryngology-Head and Neck Surgery.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.