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Crise não derruba otimismo sobre economia, diz Ibope

Por NATUZA NERY
Atualização:

Apesar da crise financeira global e da recessão técnica registrada no país, o brasileiro está otimista em relação à economia, mostrou nesta terça-feira pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Ibope confirmou tendências já apontadas pelo Datafolha e Sensus, divulgadas nos últimos dias. Para 77 por cento dos entrevistados, o ano de 2009 está sendo "bom" ou "muito bom", contra 74 por cento que achavam o mesmo na sondagem anterior, realizada em março. Esse cenário --somado a expectativas mais positivas nas áreas de combate à inflação, política de impostos e aprovação ao governo no combate ao desemprego-- puxou para cima a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Houve uma significativa melhora das expectativas da população em relação à economia que acabaram por ter impacto positivo na avaliação tanto do governo quanto do presidente", disse Marco Antonio Guarita, diretor da CNI. A avaliação positiva do governo subiu para 68 por cento, contra 64 por cento em março, ainda abaixo de dezembro, quando a administração Lula atingiu o recorde de 73 por cento. A avaliação negativa caiu para 8 por cento, ante 10 por cento em março. A aprovação pessoal do presidente passou para 80 por cento, ante 78 por cento na pesquisa anterior. O recorde era de 84 por cento também em dezembro. A pesquisa Ibope veio a público no mesmo dia em que o IBGE divulgou retração de 0,8 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre em relação ao anterior, confirmando um quadro de recessão técnica. Apesar disso, o recuou foi bem mais suave do que o esperado. "As pessoas não estão sentindo a crise como se imaginava", afirmou Amauri Teixeira, responsável pela pesquisa. "Não há dúvida que a pesquisa pega uma percepção de recuperação", acrescentou. A confiança em Lula subiu para 76 por cento, ante 74 por cento da sondagem anterior. SUCESSÃO 2010 A sondagem também mediu a disputa eleitoral para 2010. Nela, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), recebeu 38 por cento das intenções de voto, contra 18 por cento dados à ministra Dilma Rousseff (PT). Nessa lista, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), aparece com 12 por cento e a vereadora Heloísa Helena (PSOL), com 11 por cento. Não é possível fazer comparações porque esta é a primeira pesquisa do ano com possíveis candidatos. O levantamento mostrou, ainda, que o nível de conhecimento sobre a pré-candidata do governo ainda é baixo e que o potencial de crescimento de todos os possíveis postulantes é alto. Quando o governador de Minas, Aécio Neves, também do PSDB, substitui Serra na sondagem, Ciro e Dilma protagonizam empate técnico, com 22 por cento e 21 por cento, respectivamente. Nesse cenário, Aécio fica com 12 por cento das intenções de votos. O Ibope entrevistou 2.002 pessoas entre os dias 29 de maio de 1o de junho em 143 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais. (Edição de Carmen Munari)

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