Cultura do Rio suspende edital de R$ 14,8 mi

A Secretaria de Cultura da cidade do Rio suspendeu o edital que liberaria neste ano R$ 14,8 milhões de renúncia fiscal para projetos nas áreas de teatro, música, dança, cinema, fotografia, artes plásticas, literatura e restauração, cadastrados previamente. O anúncio, ontem à tarde, deixou desesperados os cerca de 60 produtores que esperavam numa fila por documentos para efetivar seu patrocínio, já acertado com empresas. Eles estavam ao relento desde sexta-feira, em cadeiras de praia e barracas, e pretendiam esperar lá até a próxima sexta - isso porque valia a ordem de chegada -, data marcada para entrega do Termo de Compromisso e de Adesão. Sem o documento, o patrocínio não sai. "As pessoas estão chorando, sem saber se vão embora. Muita gente vai continuar aqui. Todo mundo quer trabalhar", disse o produtor Paulo Branquinho, que tenta verba para duas exposições de arte. Nas contas deles, o montante liberado, de renúncia do Imposto Sobre Serviços, não seria suficiente para contemplar os projetos de todos os que aguardavam - o teto é R$ 800 mil para cada um, sendo R$ 3 milhões para empresas patrocinadoras, que mandaram funcionários para a fila em esquema de revezamento -, daí a angústia. Um grupo chegou a se reunir com o secretário de Cultura, Emilio Kalil, no início da tarde e pediu um valor maior de renúncia fiscal, mas ele foi "irredutível", segundo contaram.