Dado como extinto, bicho foi encontrado em 1938

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Por Herton Escobar
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Até 75 anos atrás, acreditava-se que os celacantos estavam extintos havia 70 milhões de anos. A linhagem desses peixes já era conhecida há muito tempo por meio de fósseis, mas nada além disso. Até que, em 1938, Marjorie Courtenay-Latimer, a curadora de um pequeno museu de história natural na África do Sul, recebeu um estranho peixe de um pescador local, com nadadeiras musculosas, que lembravam os membros de um tetrápode. Um celacanto, pescado por acaso em pleno século 20.A surpresa foi enorme. "Seria como se a gente descobrisse um dinossauro caminhando por uma floresta hoje", compara o biólogo Murilo de Carvalho, que estuda evolução de peixes no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Depois daquele primeiro exemplar de 1938, segundo conta o estudo publicado na revista Nature, passaram-se mais 15 anos até que um outro celacanto fosse descoberto. E, até hoje, pouco mais de 300 já foram registrados, fazendo do celacanto uma figura quase que lendária no imaginário popular.Há duas espécies conhecidas: uma da costa leste da África e outra do Indo-pacífico, na Indonésia. Pouco se conhece, porém, sobre os hábitos de qualquer uma delas. Sabe-se que são peixes de águas profundas, vivíparos, que vivem em cavernas e se alimentam de lulas e outros peixes. Mas nada muito além disso.Por isso, também, é difícil dizer porque ele teria mudado tão pouco em tanto tempo de evolução. Uma das hipóteses é que, por viver em águas profundas, onde as condições ambientais são relativamente estáveis, ele não foi "pressionado" a mudar (evoluir) tanto quanto os animais terrestres ou peixes de águas mais rasas (como os peixes pulmonados, que são seus parentes próximos).Segundo Carvalho, o celacanto também tem pulmão, mas ele é cheio de gordura e não funciona. "Ele não precisa subir à superfície para respirar, como acredita-se que fazia a maioria das outras espécies de celacanto no passado. Talvez tenha sido isso - o fato de ele viver no fundo - que tenha garantido sua sobrevivência, enquanto que as outras espécies foram extintas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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