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Dançarinas do Moulin Rouge mostrarão o cancã na Sapucaí

Mulheres com pernas longilíneas e com média de 25 anos desembarcaram no Rio para desfilar pela Grande Rio

Por Clarissa Thomé e Maria Pia Palermo
Atualização:

Dançarinas de cancã com samba no pé? "Oui", é o que promete a Grande Rio, que presta uma homenagem à França e vai montar um cabaré na Sapucaí, com bailarinas do famoso Moulin Rouge de Paris. Porém, elas vão frustrar as expectativas de foliões mais afoitos. Elas não vão se apresentar na passarela do samba como é o costume no tradicional cabaré francês - com os seios à mostra. Caberá às brasileiras ficar de topless durante o cancã. Veja também: Grande Rio terá desfile com cancã recatadoConfira fotos do Moulin Rouge no Rio "Tivemos que nos familiarizar com a música, com o samba, entender a letra e aprender", disse nesta sexta-feira, 20, a dançarina francesa Sophie Escoffier, que estará na Sapucaí intercalando passos de cancã e samba ao som do enredo "Voilá, Caxias! Para Sempre Liberté, Egalité, Fraternité. Merci Beacoup, Brésil! Não tem de Quê!". Segundo a coreógrafa Janet Pharaoh, ex-dançarina do grupo, o samba tem um ritmo muito diferente do que elas estão acostumadas. "Queríamos trazer um pouco do cancã e foi difícil conciliar o samba com os passos do cancan e o movimento da saia", disse ela, referindo-se ao passo típico do cancã, em que as dançarinas levantam uma perna e, ao mesmo tempo, a saia com as mãos à altura dos ombros. "O grande teste será no desfile", acrescentou Janet, durante entrevista coletiva, cercada pelas longilíneas dançarinas vestidas com um dos trajes que usam no espetáculo, com as pernas à mostra, muito brilho e penas coloridíssimas. As bailarinas, com idade média de 25 anos, não podem ter menos de 1,72 metro para fazer parte do seleto grupo. "O ideal é 1,80 metro", explica Janet, que participa da seleção de aproximadamente 500 candidatas de todo mundo a cada ano, e enfrenta a dura tarefa de escolher 20. As longilíneas pernas das dançarinas, não só francesas, do Moulin Rouge. Foto: Wilton Júnior/AE No Brasil, desembarcaram 32 bailarinas de diferentes nacionalidades - francesa, alemã, inglesa, australiana, entre outras - que desfilarão em um carro-alegórico representando uma réplica do cabaré francês. Elas terão a companhia da brasileira Watusi, ex-estrela do Moulin Rouge de 1978 a 1982. A roupa que elas usarão no sambódromo foi criada pelo carnavalesco da escola, Cahê Rodrigues, e feita na França. Cada uma custou em torno de R$ 32 mil, com muitas plumas, tafetá, seda, strass e paetês. O peso de tanto luxo deve justificar a 1,5 tonelada de roupa que desembarcou no Brasil. A escola de Duque de Caxias, a única entre as 12 do Grupo Especial a fechar acordo de patrocínio para o desfile deste ano, recebeu mais de R$ 2 milhões de empresas francesas por prestar uma homenagem ao ano da França no Brasil. A casa de espetáculos parisiense, fundada em 1889 e famosa pelo cancã, recebe cerca de 600 mil pessoas ao ano para assistir ao show, que fica em cartaz por cerca de 10 anos e recebe um investimento de quase R$ 30 milhões.

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