Datafolha e Ibope sugerem Dilma e Aécio no segundo turno

As últimas pesquisas Datafolha e Ibope antes da eleição de domingo mostraram uma inversão na disputa pelo segundo lugar, e pela primeira vez Aécio Neves (PSDB) está em vantagem numérica sobre Marina Silva (PSB), mas a situação ainda é de empate técnico entre os dois. Apesar do empate estatístico, como a vantagem numérica é de Aécio nos dois levantamentos divulgados neste sábado e sua trajetória de intenção de votos é ascendente e a de Marina descendente, os dados indicam que o tucano será o adversário da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, no segundo turno. Dilma segue com folga na liderança da corrida presidencial, mas não o suficiente garantir sua vitória já no primeiro turno. Considerando os votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), a presidente tem 44 por cento no Datafolha e 46 por cento no Ibope --nos levantamentos anteriores conhecidos na quinta-feira, ela tinha, respectivamente, 45 e 47 por cento. Já Aécio teve um forte impulso final: ele passou a 26 por cento no Datafolha e a 27 por cento no Ibope --na quinta-feira, o tucano tinha 24 e 22 por cento. Marina, enquanto isso, acentuou sua trajetória de queda, passando a 24 por cento no Datafolha e no Ibope --ante 27 e 28 por cento, respectivamente. Como a margem de erro das duas pesquisas é de 2 pontos percentuais, o tucano e a candidata do PSB estão em situação de empate técnico. Considerando o eleitorado total, as duas pesquisas mostram que ainda há 5 por cento de indecisos. Os que planejam votar branco e nulo são 4 por cento pelo Datafolha e 7 por cento pelo Ibope. No início de setembro, Marina --que se tornou presidenciável com a morte de Eduardo Campos num acidente aéreo em meados de agosto-- chegou a ter de 20 pontos percentuais de vantagem sobre Aécio pelo Datafolha e de 18 pontos pelo Ibope. Com menos de um quinto do tempo de TV da campanha de Dilma e menos da metade da tucana, Marina passou a ser alvo do que no jargão político se chama processo de "desconstrução". De um lado, a propaganda de Dilma procurava mostrar os supostos efeitos negativos de propostas de Marina, como a independência formal do Banco Central, e sua falta de apoio político. De outro, Aécio explorava o sentimento antipetista de parcela do eleitorado lembrando os longos anos de PT da candidata do PSB, além de citar a falta de experiência e contradições entre posições atuais e anteriores da ex-senadora e ambientalista. Considerado carta fora do baralho em vários momentos no início de setembro, Aécio caminha para conseguir uma virada inédita para essa fase da campanha.

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Por ALEXANDRE CAVERNI
Atualização:

SEGUNDO TURNO

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As simulações de segundo turno das duas sondagens mostram vitória de Dilma nos quatro cenários possíveis, mas com placares diferentes.

Pelo Datafolha, Dilma vence Aécio por 48 a 42 por cento das intenções de voto --na pesquisa anterior a vantagem era de 48 a 41 por cento. Contra Marina, a petista ganha de 49 a 39 por cento (ante 48 a 41 por cento).

O Ibope mostra vitória da presidente por 45 a 37 por cento contra os dois adversários. Mas no caso de Aécio o resultado para a presidente é bem pior do que na última pesquisa (quando foi de 46 a 33 por cento), enquanto contra Marina a vantagem é praticamente a mesma (era 43 a 36 por cento).

O Datafolha ouviu 18.116 pessoas, em 468 municípios, entre sexta-feira e sábado, enquanto o Ibope ouviu 3.010 pessoas entre quinta-feira e sábado.

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