De rota alternativa a definitiva

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Por Diego Zanchetta
Atualização:

Ex-presidente da Dersa e ex-conselheiro da CET, Luís Célio Bottura considera que a estrutura de vias residenciais usadas como rotas alternativas está ameaçada. "A licença ambiental da obra não dimensionou os estragos que veículos pesados podem fazer em tubulações, fios, asfalto, árvores e até na sinalização horizontal pintada no chão. A trepidação que os carros causam nessas ruas, que não foram planejadas para receber um volume grande de veículos, como na Vila Maria e na Casa Verde, pode abalar a estrutura das residências também", disse. "E são indicadas nos desvios vias de rampa alta, por onde não deveriam circular caminhões com carga pesada. Faltou planejamento." Bottura acredita que essas rotas alternativas não serão abandonadas com a conclusão da ampliação da Marginal. "Esses desvios estão ensinando pela primeira vez como o motorista deve fazer para evitar a Marginal. Daqui a um ano, quando estiver parado num congestionamento perto da Ponte da Casa Verde, o motorista vai lembrar o caminho alternativo. Se um dia tiver pedágio na Marginal, você acha que esses caminhos não serão lembrados?", questiona. "Vai ser igual à obra do corredor de ônibus da Rebouças. Todo mundo começou a cortar caminho por dentro do Jardim Europa durante a obra e até hoje o bairro é usado muito como rota alternativa."Horácio Figueira, da consultoria Hora H Pesquisa Engenharia e Marketing, considera que as ruas usadas como rotas alternativas vão ficar esburacadas assim que começarem as chuvas de verão. "Resta saber quem vai recompor esses estragos ambientais e nos bairros feitos pela obra."

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