Defesa retira alegação de que Jackson ingeriu propofol sozinho

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Por ALEX DOBUZINSKIS
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Um cardiologista prestou depoimento em um tribunal nesta quarta-feira afirmando que o médico de Michael Jackson cometeu erros graves ao oferecer o anestésico propofol para ajudá-lo a dormir, e os advogados do médico mudaram sua estratégia. Os advogados do dr. Conrad Murray disseram ao juiz em seu julgamento por homicídio que eles estavam voltando atrás da alegação de que Jackson havia engolido propofol enquanto Murray estava fora do quarto. A defesa ainda está argumentando que o cantor poderia ter injetado uma dose a mais do medicamento em si mesmo, o que teria sido letal, em 25 de junho, de 2009. "Não iremos afirmar em nenhum momento neste julgamento que Michael Jackson ingeriu propofol oralmente", disse J. Michahel Flanagan, um dos advogados de Murray, ao juiz. Murray admitiu ter dado a Jackson, de 50 anos, 25 miligramas de propofol. O júri estava fora da sala do tribunal nesta quarta-feira, e os advogados de Murray e os promotores apresentaram estudos médicos ao juiz mostrando que o propofol não tem grandes efeitos na pessoa quando ingerido oralmente. O dr. Alon Steinberg, cardiologista que analisou o tratamento realizado por Murray em Jackson, para um conselho médico da Califórnia, disse que mesmo se o cantor tivesse administrado o propofol por conta própria, o médico ainda seria responsável por sua morte. "É como deixar um bebê que está dormindo na bancada da cozinha", disse Steinberg. "Você olha para ele e provavelmente ele estará bem e você só vai buscar algumas fraldas ou ir para o banheiro, mas você nunca faria isso." Steinberg e Murray apresentaram seis "desvios extremos" dos padrões de cuidado comumente aceitos. Esses foram: administração de propofol para dormir quando deve ser usado para a anestesia; dar o medicamento em casa ao invés de uma clínica médica; não estar preparado para uma emergência com funcionários e equipamentos disponíveis; não tomar medidas adequadas para reavivar Jackson quando o cantor parou de respirar; não chamar imediatamente a ambulância; e não manter registros adequados. Murray, que se declarou inocente da acusação de homicídio culposo, pode pegar até quatro anos de prisão se for condenado.

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