Déficit da Previdência Social sobe 38,1% em junho

PUBLICIDADE

Por LUCIANA OTONI
Atualização:

O déficit da Previdência Social saltou para 2,757 bilhões de reais em junho, alta de 38,1 por cento em relação a junho de 2011, por conta da desaceleração da taxa de crescimento da arrecadação, informou o Ministério da Previdência Social nesta quarta-feira. No mês passado, a arrecadação da Previdência cresceu 5,1 por cento, enquanto as despesas subiram 8,1 por cento na comparação com o junho de 2011. "Em junho a arrecadação não cresceu no mesmo patamar que em meses anteriores", disse a jornalistas o secretário de Políticas Previdenciárias, Leornardo Rolim. "Não dá para avaliar se é um fenômeno específico ou se é algo que indique tendência", acrescentou. Este é o segundo dado divulgado nesta semana que mostra que o mercado de trabalho brasileiro está começando a sentir os efeitos da desaceleração da economia local e global. Na segunda-feira, o Ministério do Trabalho informou que em junho foram criados 120.444 postos de trabalho com carteira assinada - o pior resultado para o mês desde 2009. DÉFICIT ESTÁVEL NO SEMESTRE No primeiro semestre deste ano, o déficit da Previdência foi de 20,780 bilhões de reais, representando uma alta real de 0,1 por cento sobre o resultado acumulado em igual período do ano passado. A arrecadação líquida nos seis primeiros meses de 2012 foi de 127,103 bilhões de reais, contra despesas com o pagamento de benefícios no primeiro semestre de 147,883 bilhões de reais. Rolim informou que o governo vai reduzir a previsão de déficit de 39,5 bilhões de reais para este ano. Segundo ele, essa projeção deve ficar em 38 bilhões de reais. Ele disse que isso ocorrerá porque apesar do menor crescimento da arrecadação em junho a expectativa é de crescimento das receitas acima do previsto pelo governo. Na última sexta-feira, o governo elevou de 12 por cento para 12,51 por cento a previsão de aumento da massa salarial prevista para este ano. Com isso, a indicação é que o mercado de trabalho e a massa de salários gerarão contribuição maior que a prevista anteriormente. Ao falar sobre o aumento dos benefícios previdenciários em 2012, o secretário disse que o governo ainda não tomou a decisão de enviar ao Congresso projeto de lei para alterar as regras das pensões. Rolim informou que em 2011 o governo gastou 100 bilhões de reais com o pagamento das pensões por morte e que este ano esse número vai ser maior. (Reportagem de Luciana Otoni)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.