Delegado defende ação que deixou 2 reféns mortos no RJ

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

O delegado Alan Turnowski, chefe das Delegacias Especializadas do Rio, disse hoje que os policiais agiram corretamente na abordagem aos assaltantes durante uma perseguição, numa ação que terminou na morte de dois inocentes em Brás de Pina, zona norte do Rio. Segundo o delegado, os agentes não tinham outra alternativa porque os criminosos reagiram a tiros. "No Rio de Janeiro há a cultura do bandido de enfrentamento. Mesmo machucados, eles saíram do carro armados de pistola e dispararam 50 tiros contra os policiais, armados de fuzis. A reação do policial não podia ser diferente", afirmou. O soldado do Exército Rafael Oliveira dos Santos, de 21 anos, e o vigilante Paulo Marcos da Silva Leão, de 26, conversavam na porta de casa quando foram rendidos por três assaltantes. Eles foram colocados no carro de Leão e levados como refém. Houve confronto com uma equipe da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae). O carro, que era dirigido por um dos assaltantes, caiu num valão. Os rapazes e os assaltantes morreram. Nenhum policial ficou ferido. Segundo Turnowski, os agentes da Drae não sabiam que havia inocentes no veículo. Eles se dirigiam para Vicente de Carvalho, onde dariam reforço a uma operação da delegacia daquele bairro, quando foram avisados por motoqueiro de que o carro havia sido roubado. "Poderia ser previsível que havia inocentes, mas eles não atiraram durante a perseguição. Só houve o confronto no valão", afirmou. Turnowski disse desconhecer a versão de que os rapazes teriam tentado avisar que não eram criminosos. Segundo Turnowski, os policiais, que passaram recentemente por curso de reciclagem de abordagem, ficarão afastados da área operacional da Drae temporariamente. Em nota, o Exército lamentou a morte do soldado Rafael de Oliveira dos Santos e informou que abriu sindicância para apurar o caso.

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