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Democratas rumam para ampliar maioria no Congresso

Por THOMAS FERRARO
Atualização:

O ex-governador democrata da Virgínia Mark Warner conquistou a vaga de senador que pertencia ao republicano John Warner, num resultado que contribui com o esperado avanço das bancadas democratas na Câmara e no Senado. Aproveitando a onda de ressentimento contra o presidente republicano George W. Bush, os democratas têm a chance de fazer sua mais expressiva maioria no Senado em três décadas, a ponto de conseguir impedir obstruções regimentais dos republicanos, segundo as pesquisas. O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, corria riscos na sua disputa contra o empresário democrata Bruce Lunsford no Kentucky. Mas, segundo as primeiras projeções conseguiu se reeleger no Kentucky. Os democratas, que já controlam o Senado por maioria mínima (51-49), têm possibilidades reais de ampliarem a bancada para 60, a primeira maioria tão qualificada, "à prova de obstruções", nas últimas três décadas. Estão em disputa 35 das 100 vagas, sendo 23 pertencentes a republicanos, e 12 a democratas. Mark Warner derrotou outro ex-governador, Jim Gilmore, na disputa pela vaga que desde 1979 era ocupada por John Warner (que não é seu parente). A Virginia é tradicionalmente um Estado republicano, mas se torna cada vez mais democrata nas últimas décadas - tanto que agora o partido detém as duas vagas no Senado e o governo do Estado. Os democratas, que atualmente controlam a Câmara (235-199), devem ampliar sua bancada em até 30 deputados, o que deve lhes dar sua maioria mais expressiva desde meados da década de 1980. A maioria democrata na Câmara e no Senado será importante para que o candidato a presidente Barack Obama possa, se for eleito, aprovar promessas de campanha. Num próximo governo, o partido deve se empenhar em retirar as tropas do Iraque, reverter benefícios fiscais concedidos aos mais ricos pelo governo Bush e adotar medidas contra a recessão. Mas o déficit público recorde e a crise econômica devem limitar ou adiar projetos que representem grandes gastos, especialmente na saúde, educação e busca por energias renováveis. Mesmo que os democratas fiquem aquém da bancada de 60 senadores, eles acreditam que poderão cooptar republicanos moderados. "Com 56, 57 ou 58 , poderemos fazer muita coisa", disse o senador Charles Schumer, presidente do Comitê Democrata de Campanha ao Senado. Os democratas obtiveram a maioria parlamentar na eleição de 2006, mas desde então os republicanos conseguiram obstruir grande parte da pauta da oposição, em questões como ampliação da saúde pública e retirada de tropas do Iraque. Os republicanos que disputam o Congresso neste ano foram afetados pela impopularidade de Bush e pela incapacidade do candidato John McCain em atrair apoio em Estados tradicionalmente "vermelhos" (republicanos). A republicana Elizabeth Dole, mulher do ex-candidato a presidente de 1996 Bob Dole, não conseguiu se reeleger na Carolina do Norte. Outros republicanos que corriam risco de perder eram Ted Stevens, condenado por corrupção no mês passado, no Alasca; e John Sununu, em New Hampshire. (Reportagem adicional de Richard Cowan)

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