23 de novembro de 2009 | 00h00
Foram 15 minutos de pressão sobre a defesa sem que o ataque se manifestasse. Não havia quem fizesse a transição da bola, não havia Marlos, Hernanes nem Jorge Wagner. Sem a bola não havia Washington. O São Paulo não sabia como sair de perto de Rogério Ceni e derretia em campo. O gol era uma questão de tempo. E uma bola perdida por Richarlyson, num meio de campo repleto de falhas e sem marcação, trouxe esperança aos botafoguenses, com Jóbson, aos 14 minutos.
Por incrível que pareça, o gol serviu para estancar as falhas no primeiro tempo, como um torniquete. Ameaçado pela tabela, o Botafogo fez a leitura errada da vantagem: o time recuou e deu a mãozinha que o São Paulo precisava para afastar a bola de seu campo defensivo. Somente assim o time paulista se acalmou e inverteu o lado da pressão, fez o seu jogo, encurtando a distância entre defesa, meio-campo e ataque.
Em sete minutos, o Botafogo balançou e retomou os velhos problemas. Marlos exigiu grande defesa de Jefferson, aos 42, e Washington empatou, aos 49, instantes depois de Miranda acertar a trave.
Mas Estevam Soares tratou de acabar com a festinha tricolor, mesmo sofrendo a virada no início do segundo tempo. Com a marcação mais sólida, começando na saída de bola são-paulina, o Botafogo tomou coragem para jogar e se deliciou com as falhas da defesa comandada por Rogério Ceni.
Miranda assumiu a marcação pelo setor direito e foi um desastre, abrindo o caminho para a vitória do Botafogo. Os desfalques de André Dias, Jean, Hugo e Dagoberto atrapalharam, evidentemente, mas o São Paulo errou demais. Foi a terceira partida no campeonato em que a defesa sofreu três gols, sempre com falhas absurdas.
OBINA X MAGUILA
Com a disputa pelo título restrita a São Paulo e Flamengo, o Palmeiras encosta a cabeça no divã para tentar salvar a temporada com a vaga para a Copa Libertadores. A contusão de jogadores importantes quebrou a estrutura tática da equipe, reduziu sua capacidade técnica e expôs a fragilidade emocional do grupo. No momento mais difícil, o líder de 47% das rodadas escancarou sua incapacidade de enfrentar pressão com a troca de sopapos entre Maurício e Obina, que não supera Eto"o nem Maguila.
Havia no Palmeiras a certeza de que o titulo não escaparia. Afinal, todas as decisões foram perfeitas. Havia nome mais adequado para o lugar de Luxemburgo do que Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro? Diante do assédio a alguns de seus principais jogadores, o clube se empenhou para manter Cleiton Xavier, Pierre e Diego Souza. Bastaria manter o ritmo para terminar o ano com a taça. O problema é que o imponderável joga. E muito. Até Luiz Gonzaga Belluzzo teve dificuldade para manter o equilíbrio e passar ao grupo a imagem de uma diretoria forte e coesa.
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