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Diário de Cannes (3): Um filme com uma aranha apaixonada e Ryan Reynolds, o publicitário

Nos destaques desta quarta-feira, 22, há uma palestra com o astro de 'Deadpool' e o filme mais 'fofo' entre todos os já exibidos no festival de 2022

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Por Fernando Scheller
Atualização:

CANNES – O Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade chegou ao seu terceiro dia tocando em diversos tópicos importantes, entre eles um Grand Prix (Grande Prêmio) para o Google que combate um antigo preconceito no segmento de imagens, mas também abriu espaço para diversão nos palcos e também nos prêmios.

Um desses momentos mais “light” do festival veio com a palestra do ator Ryan Reynolds, astro de Deadpool, que, embora muita gente não saiba, é um marqueteiro de mão cheia. Em palestra com mais de 2 mil espectadores no principal auditório do Palácio dos Festivais, ele falou sobre como a Maximum Effort, seu negócio de marketing, surgiu a partir da necessidade de promover seu filme mais famoso.

Ryan Reynolds, ator de 'Deadpool', durante o Cannes Lions 2022 Foto: Soraya Ursine/Estadão

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Reynolds contou que tentou tirar do papel o projeto de Deadpool por cerca de dez anos. O filme acabou tendo um orçamento mais baixo do que produções semelhantes, e o astro sabia que precisaria fazer um esforço pessoal, além dos recursos do estúdio, para fazer o filme ter êxito. Resultado: uma campanha para lá de irreverente que transformou Deadpool em uma franquia.

A Maximum Effort, que o ator toca ao lado de um sócio, já fez campanhas para a Match.com (estrelada por ninguém menos que Satã) e para a marca de equipamentos de ginástica Peloton. “Nosso conceito é de que os anúncios podem ser divertidos”, disse Reynolds. “Hoje, há muita burocracia nas marcas, e nós queremos fazer as coisas mais rápido.”

Aranha apaixonada

De todos os filmes publicitários a que eu assisti durante o festival neste ano, um bem simples, com cara de campanha publicitária tradicional, me parece o melhor até aqui. Vencedora de um Leão de ouro em Film Craft (que analisa os aspectos técnicos dos filmes), o projeto mostra uma araninha simpática que, de longe, vê um outdoor de um smartphone Samsung – e se apaixona pelas lentes, iguais a seus olhos.

A personagem central fica de coração partido quando o outdoor é apagado, mas os realizadores foram inteligentes para reservar um final feliz para a araninha apaixonada. Intitulado A Aranha e a Janela, o filme foi criado pela Leo Burnett Frankfurt, na Alemanha.

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Corrigindo um 'defeito' de cor

Vencedor do Grand Prix em Mobile Lions, um projeto do Google veio para corrigir um problema antigo: as câmeras fotográficas, sejam elas analógicas ou de smartphone, foram pensadas para garantir uma boa fotografia de pessoas brancas. Ou seja: trazem embutido um preconceito.

Por isso, o Google – ao lado de agências como Gut Miami, T Brand Studio e Wieden+Kennedy – criou o projeto Real Tone (Tom Real) para garantir que suas câmeras digitais, daqui em diante, venham com funções para fotografar outros tons de pele da melhor forma.

O tema, aliás, ganhou tração no festival. Segundo apurou o Estadão, outras grandes empresas de tecnologia, como a Meta (dona do Facebook), estão desenvolvendo projetos semelhantes neste momento.