Dilma considera avaliações do TCU sobre Graças Foster 'questionáveis'

A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição, disse nesta segunda-feira que considera "questionáveis" as avaliações do Tribunal de Contas da União (TCU) no processo que pode incluir a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, como responsável por possíveis perdas para a estatal na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. "Eu não vou fazer nenhum julgamento sobre uma pessoa da qualidade da presidente Maria das Graças Foster baseada em avaliações que eu acho questionáveis", disse a presidente em entrevista para a Rádio Gaúcha, ao ser questionada sobre a possibilidade de afastamento da executiva, caso ela seja incluída na investigação do TCU. Os ministros do tribunal começaram a analisar a inclusão de Graças Foster no processo na semana passada, mas adiaram a decisão sem marcar uma data para retomada do julgamento. O TCU poderá condenar os envolvidos a pagar quase 800 milhões de dólares à estatal, a título de ressarcimento, caso considere que houve prejuízo após a decisão da diretoria de abrir uma arbitragem internacional contra a empresa belga Astra, ex-sócia da Petrobras em Pasadena. A decisão da câmara arbitral foi desfavorável à Petrobras, que teve que desembolsar 1,25 bilhão de dólares ao todo por Pasadena --inicialmente havia pago 360 milhões de dólares por 50 por cento da refinaria, em 2006. Dilma criticou ainda o uso político do caso. "Eu acho gravíssimo politizarem uma discussão desse tipo. Gravíssimo, e não acho muito responsável. Espero que não se faça política nesse assunto", disse Dilma tentando rechaçar a cobrança por esclarecimentos dos seus principais adversários na disputa eleitoral. "A Petrobras é a maior empresa desse país, a Maria das Graças Foster tem méritos inequívocos", disse Dilma. As discussões sobre a aquisição da refinaria no Texas voltaram à tona em março de 2014, após anos da efetivação do negócio e da decisão da câmara arbrital, depois de a presidente Dilma afirmar, por meio de nota, que o aval para a compra da refinaria foi dado com base em um documento "técnica e juridicamente falho" apresentado ao Conselho de Administração. Segundo a nota, o resumo executivo preparado pela diretoria da área internacional na época "omitia" informações como a cláusula "put option". Em depoimento à CPI do Senado que investiga o caso, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, declarou que, se conhecesse a cláusula, talvez o conselho não tivesse aprovado a compra da refinaria. Na sexta-feira, a Petrobras publicou comunicado ao mercado em que afirma que seu Conselho de Administração refuta especulações sobre saída da presidente da companhia.

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Por Redação
Atualização:

(Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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