Dilma nega que tenha havido pressão para IBGE mudar Pnad

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, disse neste domingo que foi surpreendida com a correção na sexta-feira dos números da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) e negou que tenha havia pressão para que o IBGE mudasse os dados. "O conselho diretor do IBGE é formado por funcionários do IBGE, não tem interferência externa coisíssima nenhuma", disse a presidente a jornalistas, lembrando que foram abertas duas comissões, uma para investigar se o padrão técnico da instituição foi cumprido e outra para apurar eventuais responsáveis pelos erros. "Esperávamos que não houvesse erro. É algo que nos surpreendeu tanto quanto surpreendeu todo mundo. Agora, nós temos obrigação de investigar", afirmou Dilma, acrescentando que o instituto é respeitado no mundo inteiro. Segundo o IBGE, os erros ocorreram porque foi utilizada uma projeção de população incorreta em sete Estados que têm mais de uma região metropolitana, explicou o instituto. Por conta disso, dados sobre a renda dos brasileiros e sobre a concentração de renda no país, entre outros, estavam errados. Os erros do IBGE na Pnad foram munição nos últimos dias para novas críticas ao governo pelos principais adversários da presidente na disputa eleitoral, Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

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Por Redação
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Dilma também aproveitou para tentar amenizar o tom de declarações dadas na sexta-feira de que não é papel da imprensa investigar, quando reclamou que a mídia tinha informações sobre denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre corrupção na estatal, enquanto o governo não conseguia acesso aos depoimentos do ex-executivo.

Na entrevista desta tarde, a presidente disse que o jornalismo investigativo pode "fornecer elementos", mas não substitui o trabalho da Polícia Federal e Ministério Público, já que estes fornecem a prova e a ação penal.

Ao falar da inflação, que voltou a superar o teto da meta de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais, Dilma disse que a tendência é de que a alta dos preços acumulada em 12 meses volte a ficar abaixo do limite estabelecido pelo governo nos próximos meses.

Segundo ela, a inflação recente foi pressionada pela elevação das tarifas de energia em decorrência da seca, que obriga o uso das usinas termelétricas que tem um custo mais alto.

(Reportagem de Nestor Rabello)

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