
28 de março de 2012 | 03h04
"Estamos testemunhando uma tentativa de certos países de enfraquecer, limitar ou mesmo eliminar quase todas as referências a compromissos relacionados aos direitos humanos e a princípios de equidade do texto O Futuro que Queremos, cuja versão final será o resultado da Rio+20", prossegue o texto.
A antropóloga Iara Pietricovsky, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, está acompanhando as discussões na ONU sobre o esboço das propostas. Para ela, a minuta que sucederá o chamado rascunho zero "virou um documento Frankenstein, com quase 200 páginas e cheio de colchetes (símbolo usado para indicar discordância)".
Iara diz que a falta de consenso poderá resultar em um retrocesso na Rio+20. "Os países ricos não querem se comprometer. Existe uma pressão forte dos EUA. Tudo o que se refere a afirmação de direitos e princípios acordados desde a Rio-92 poderá ser deletado", afirma a antropóloga, que acompanha as conferências da ONU desde 1992.
Iara disse que o Vaticano está pressionando para que tudo o que tenha a ver com direitos da mulher seja retirado do documento que será discutido na Rio+20. Segundo Anil Naidoo, a carta foi apoiada por mais de 500 organizações de 67 países. / F.W.
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