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Diretor da Cadeia de Formosa é preso por corrupção

Rogério Ribeiro da Silva cobrava dos presos R$ 500 por mês para poderem dormir fora da prisão

Por RUBENS SANTOS
Atualização:

Após ser investigado pela Polícia Civil de Goiás nos últimos três meses, o diretor da Cadeia Pública de Formosa (GO), Rogério Ribeiro da Silva, foi preso terça-feira sob a acusação de corrupção ativa. Segundo a polícia, Silva montou um tipo de "mensalão" na cadeia que dirigia na cidade a 285 quilômetros de Goiânia. Pelo sistema, alguns detentos do regime semi-aberto pagariam R$ 500 por mês a ele para dormir fora da prisão "em ocasiões pessoais, nos fins de semana e feriados". "Um grupo de cinco detentos confessou que há três meses não aparecia na cadeia, e pagava R$ 500 por mês para o então diretor do presídio", afirmou o delegado Pedromar Augusto de Souza, da Delegacia Regional do município, responsável pelas investigações do caso. Souza afirmou que os presos iam à cadeia apenas para assinar a lista de freqüência e depois eram liberados de pernoitar no local. A estratégia do "mensalão" fracassou após denúncias anônimas. "As investigações começaram a partir de algumas informações recebidas pela nosso serviço de inteligência", afirmou o delegado. O diretor da Cadeia Pública de Formosa foi transferido para o Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), segundo o major Anésio Barbosa da Cruz Júnior, superintendente de Segurança Prisional. "Ele está na Unidade de Segurança Máxima desde ontem", afirmou. O delegado disse que os presos beneficiados pelo "mensalão" serão processados sob acusação de corrupção passiva. Já as investigações policiais tentam conectar benefícios, como uso de telefones celulares e eventuais saídas de outros detentos da prisão, ao esquema que seria tocado por Souza. O diretor da cadeia é o terceiro deste ano envolvendo diretores de presídio no Estado. Outros dois, das Cadeias Públicas de Rio Verde e Jataí, foram acusados de corrupção ativa, porém, as denúncias não se confirmaram na Justiça pela ausência de provas consistentes.

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