Disque-Saúde entra na campanha pública contra o crack

Após aumento do consumo, Ministério da Saúde lança número específicio para divulgar informações

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Foto do author Circe Bonatelli
Por Ligia Formenti , Circe Bonatelli (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Diante das evidências do aumento de consumo de crack no Brasil, o Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira, 16, uma campanha de prevenção ao consumo. "O acesso a essa droga vem se ampliando. Um problema grave, sobretudo pelos efeitos devastadores provocados", avaliou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O Disque-Saúde passa a ter, a partir de quarta, um canal específico com informações sobre tratamento contra o crack. O número é 0800-61-1997.Estima-se que 0,1% da população brasileira use a substância, derivada do refino de cocaína e a mais viciante entre todas as drogas ilícitas. Com o slogan "Nunca experimente o crack, ele causa dependência e mata", a campanha deverá ser veiculada até dia 31 de janeiro, em rádios, TVs, internet, cinemas, jornais e revistas.O lançamento da campanha, pouco antes do período de festas e das férias escolares, foi proposital. A ideia, afirmou o ministro, é tentar mostrar, principalmente aos jovens, os riscos da droga. "Os jovens são mais propícios à experimentação. Mas queremos mostrar que algo que possa parecer sedutor no início transforma-se num pesadelo."HistóricoA droga surgiu nos Estados Unidos na década de 1980. O primeiro relato de uso no Brasil data de 1989. Desde então, o consumo da substância está crescendo, principalmente nos últimos cinco anos. Um dos motivos é que o território brasileiro serve de rota para o tráfico internacional.

 

"A droga é barata; por isso, atinge principalmente os jovens das camadas mais baixas, mas qualquer jovem é considerado um usuário em potencial", disse José Luiz Telles, diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (Dapes) do Ministério da Saúde.Quando os efeitos da droga diminuem no organismo, a pessoa tem sintomas de depressão e a sensação de perseguição. Outros sintomas comuns são desnutrição, rachadura nos lábios, sangramento na gengiva e corrosão dos dentes; tosse, lesões respiratórias e maior risco para contrair o vírus HIV e hepatites.Segundo a assessoria do Ministério da Saúde, a pasta lançou, em novembro, um pacote de medidas com investimento de R$ 215 milhões para ampliar a assistência a usuários de álcool e drogas e pacientes com transtornos mentais. De acordo com dados do governo, a medida habilitou 73 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), criou incentivo financeiro para internações curtas (até 20 dias) de pacientes em crise e aumentou em até 31,85% o valor das diárias pagas por paciente internado em hospitais psiquiátricos gerais.

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