Dobram casos de Aids entre maiores de 50 anos no país--pesquisa

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Por Redação
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A taxa de incidência de Aids entre pessoas acima dos 50 anos dobrou entre 1996 e 2006 e passou de 7,5 casos por 100 mil habitantes para 15,7, confirmando uma tendência que vinha sendo identificada, segundo dados do governo divulgados nesta terça-feira. A maioria dos casos no país, no entanto, ainda está na faixa etária de 25 a 49 anos. "A Aids sempre foi vista como uma doença de jovens e adultos, como se a população mais velha não fosse sexualmente ativa. Mas os números mostram que a epidemia cresceu nessa população, principalmente nos últimos anos", disse a diretora do Programa Nacional de DST/Aids, Mariângela Simão. O aumento dos casos vem sendo registrado em todas as regiões nessa faixa etária. Em 1996, existiam 3 casos da doença para cada 100 mil habitantes no Norte e em 2006 a taxa subiu para 13. No Sudeste passou de 10,9 para 18,3 e no Sul de 7,1 para 22,9. Como uma resposta a tal realidade, o programa de Aids vai fazer uma campanha direcionada a essa população, cujo objetivo é despertar nos adultos e idosos a importância do uso do preservativo nas relações sexuais. A iniciativa será lançada no Dia Mundial de Luta contra a Aids, em 1o de dezembro, com o slogan "Sexo não tem idade. Proteção também não". SOBREVIDA Um outro estudo, relacionado à sobrevida e encomendado pelo Ministério da Saúde, mostrou que dobrou a sobrevida, entre 1995 e 2007, dos pacientes com Aids das regiões Sul e Sudeste. O tempo médio de sobrevida saltou de 58 meses para mais de 108 meses no período. O estudo acompanhou cerca de 2 mil adultos diagnosticados entre 1998 e 1999. Mais da metade deles (60 por cento) continuou viva por, no mínimo, 108 meses depois do diagnóstico. Segundo o ministério, o estudo foi feito em 23 cidades do Sul e Sudeste do país, regiões que concentravam 82,4 por cento da epidemia do país no período do diagnóstico. "Pesquisa semelhante feita com outro grupo de pacientes diagnosticados entre 1995 e 1996 apontou que metade desses permanecia viva por apenas 58 meses após a confirmação da doença", disse o ministério em comunicado. Para a diretora do programa de Aids do ministério, o estudo mostra que as ações adotadas deram resultado. "Países como o Brasil, que optaram pelo acesso universal ao tratamento na década de 1990, determinaram a mudança na história natural da doença. Em pouco mais de dez anos, a Aids deixou de ser uma sentença de morte", afirmou Mariângela Simão. O Brasil, que oferece gratuitamente o tratamento anti-retroviral contra a Aids, possui também uma estrutura de apoio aos pacientes que inclui, por exemplo, exames avançados capazes de identificar alguma falha do esquema terapêutico antes de que o paciente apresente doenças oportunistas, que pode levar à morte. (Por Maria Pia Palermo)

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