Dois alunos ficam feridos e um é preso após confronto na UFMG

Confronto ocorreu durante um debate sobre legalização da maconha no Instituto de Geociências (IGC)

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Por Eduardo Kattah
Atualização:

Um estudante foi preso e outros dois ficaram feridos na noite de nesta sexta-feira, 4, durante um debate sobre legalização da maconha no Instituto de Geociências (IGC), no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme relatos, um tumulto se formou quando seguranças da universidade intervieram para impedir a exibição do documentário Grass Maconha. A reitoria alegou que a exibição não havia sido autorizada pela diretoria do IGC.  Veja também: Justiça concede reintegração de posse da reitoria da UnB Cerca de 50 alunos do curso participavam do "filme-debate". Os estudantes não teriam permitido a retirada do filme e teve início a confusão. A Polícia Militar foi chamada e os policiais impediram que os universitários deixassem a arena do IGC. Um aluno do 1º período - cujo nome não foi divulgado - tentou deixar o local e foi algemado, sendo preso sob a alegação de desacato à autoridade. Estudantes tentaram impedir que os policiais deixassem o local com o detido. Alguns sentaram na frente da viatura e foi iniciado o confronto. Um aluno e uma universitária sofreram ferimentos leves e foram atendidos no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. O estudante preso foi levado para o Juizado Especial Criminal e Cível de Trânsito. Ele foi liberado no final da noite. Num comunicado, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que "uma sessão de cinema foi impedida a cacetadas pela" PM, que foi "convocada e autorizada a agir pela Reitoria". O DCE solicitou retratação pública por parte da Reitoria e a abertura de um inquérito administrativo para punição dos responsáveis pela entrada da PM no campus. Repúdio Em nota assinada pela a vice-reitora e reitora em exercício da UFMG, Heloísa Starling, a Reitoria da universidade lamentou os fatos, "inteiramente estranhos à civilidade que caracteriza o ambiente acadêmico". A nota afirma que a instituição "repudia qualquer ação de violência praticada; informa que não autorizou nem a presença nem a ação da Polícia Militar e esclarece que serão tomadas providências para apuração dos fatos e das responsabilidades". No comunicado, a reitora em exercício afirma que o reforço da segurança foi solicitado para garantir o cumprimento da deliberação da diretoria do IGC. Afirmou que depois ficou sabendo que a decisão não havia sido respeitada e ocorria um tumulto na unidade acadêmica, com a intervenção da PM. Disse ainda que entrou em contato com o Comando da PM para esclarecer o ocorrido e solicitou que o procurador-geral da universidade acompanhasse o registro policial do estudante detido. Um assessor da Reitoria acompanhou o atendimento dos estudantes feridos.

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