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Dólar ajuda a pressionar inflação pelo IGP-DI

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Por Redação
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O dólar mais alta pressionou a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), que acelerou a 0,75 por cento em setembro, ante 0,61 por cento em agosto. Os efeitos cambiais podem se ampliar em outubro. A leitura do mês passado foi a mais alta desde fevereiro. "O IGP de setembro traz em grande parte um efeito do câmbio, mas houve ainda outros efeitos além do dólar", disse o economista da FGV, Salomão Quadros. "O impacto do câmbio vai se estender para outubro e a influência deve ser mais forte. O efeito do dólar vem aos poucos e muitos contratos e transações ainda foram feitas com o câmbio defasado." O economista informou que a aceleração do dólar afetou produtos agrícolas, agropecuários e industriais. Entre os industrias foram detectadas altas em produtos como ácido sulfúrico, amônia, aço inoxidável e farelo de soja. Na parte agrícola aparecem soja, milho e café. "Todos têm efeito do dólar. O café tem ainda a bianualidade da produção. Milho e soja foram produtos que subiram no mercado mundial por questões de oferta, e, ainda sofreram o impacto do cambio", disse Quadros. O minério de ferro, cujo contrato é negociado em dólar, subiu entre agosto e setembro de 2,10 para 3,66 por cento. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) avançou 0,94 por cento no mês passado, ante 0,77 por cento em agosto. Apesar da expectativa de efeito cambial, o varejo pode ter o impacto atenuado pela queda de alguns produtos importantes: carnes bovinas e aves estão em queda no atacado e isso deve se refletir no preço ao consumidor. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve avanço de 0,50 por cento, contra 0,40 por cento. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,14 por cento, ante alta anterior de 0,13 por cento. No ano até setembro, o IGP-DI acumulou alta de 4,30 por cento e nos 12 meses, de 7,45 por cento. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Vanessa Stelzer)

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