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Dólar cai 0,46% ante real com fluxo e BC, mas Ucrânia pesa

Por BRUNO FEDEROWSKI
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O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, pelo segundo pregão seguido, diante do quadro de ingresso de recursos no Brasil e da constante atuação do Banco Central, apesar da aversão ao risco nos mercados externos devido a preocupações sobre a Ucrânia. A moeda norte-americana perdeu 0,46 por cento, a 2,2158 reais na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 750 milhões de dólares, menos da metade vista na média diária no mês, de 1,8 bilhão de dólares. "Os fluxos para o Brasil continuam fortes e o BC continua colocando mais dólares no mercado. Parece que vai utilizar o câmbio como uma ferramenta para não haver pressão sobre os preços", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. O mercado doméstico tem visto amplas entradas de recursos recentemente, tanto via investimentos estrangeiros diretos quando em portfólio. Só na semana passada, o superávit ficou em 2,375 bilhões de dólares. Pela manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 1,2 mil contratos para 1º de dezembro deste ano e 2,8 mil para 2 de março do próximo, com volume equivalente a 198,2 milhões de dólares Em seguida, também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps em leilão para rolagem dos contratos que vencem em 2 de maio. Até agora, o BC já rolou cerca de 74 por cento do lote total, que corresponde a 8,733 bilhões de dólares. No fim da manhã, as preocupações geopolíticas com a Ucrânia limitaram as perdas da divisa e chegaram a fazê-la subir a 2,2290 reais na máxima, alta de 0,13 por cento. "A situação na Ucrânia continua preocupando o mercado, e mexeu com as moedas lá fora", disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold. Forças ucranianas mataram até cinco rebeldes pró-Moscou nesta quinta-feira enquanto se aproximavam de um refúgio militar separatista no leste da Ucrânia. A Rússia, em resposta, deu início a exercício militares perto da fronteira, exaltando os temores de que tropas russas possam intervir na região. As notícias também levaram o dólar a anular a alta vista no início do dia sobre divisas importantes como o euro e o iene, que haviam sido pressionadas mais cedo por indicações de que o Banco Central Europeu (BCE) pode adotar programa de compra de ativos no caso de piora do cenário de inflação da zona do euro. "O dia (no exterior) teve um viés de aversão ao risco", resumiu o tesoureiro de um banco internacional. Alguns analistas citaram ainda notícia do jornal Valor Econômico, segundo a qual o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, "está na prateleira" para substituir Guido Mantega como ministro da Fazenda, o que poderia acontecer já neste ano, embora essa especulação já circulasse no mercado há meses.

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