Dólar sobe 0,2% e volta ao patamar de R$1,99, com saídas de divisas

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Por BRUNO FEDEROWSKI
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O dólar encerrou com alta frente ao real nesta quarta-feira, voltando ao patamar de 1,99 real no fechamento --o que não ocorria desde o início de fevereiro-- sob o peso de fluxos pontuais de saída, que ofuscaram a melhora do ânimo no cenário internacional. A moeda norte-americana fechou com alta de 0,20 por cento, a 1,9905 real na venda. Foi a maior cotação desde o dia 4 do mês passado, quando a divisa dos Estados Unidos encerrou a 1,9954 real. "O mercado ficou um pouquinho pressionado, já que o fluxo negativo de saída vem desde dezembro", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca. O fluxo cambial --entrada e saída de moeda estrangeira do país-- ainda tem se mostrado pressionado, apesar de começar a indicar aumento nas entradas de divisas no país em meio a embarques de safras agrícolas para o exterior. Segundo dados do Banco Central desta quarta-feira, a saída cambial superou a entrada em 622 milhões de dólares na semana passada. Operações pontuais de saídas de dólares durante a tarde levaram o mercado brasileiro a descolar-se do exterior, que mostrava-se mais otimista sobre a situação no Chipre. Às 17h29 (horário de Brasília), o dólar caía 0,18 por cento contra uma cesta de divisas, enquanto o euro subia 0,43 por cento ante o dólar. O Parlamento cipriota rejeitou na terça-feira um plano de taxação de depósitos bancários, mas a perspectiva para o país continuava incerta, já que a medida era condição para que a União Europeia liberasse um resgate de 10 bilhões de euros ao país. O dólar já flertava o patamar de 1,99 real desde o início da semana, mas investidores hesitavam em assentar nesse nível diante da perspectiva de eventuais atuações do BC. "O dólar chegou perto desse suposto teto de 2 reais, acho que deve voltar a cair em breve", afirmou o operador de câmbio da Intercam Glauber Romano. Intervenções da autoridade monetária nos mercados de câmbio levaram analistas a acreditar que o governo estabeleceu uma banda informal entre os níveis de 1,95 e 2 reais para a moeda norte-americana com o objetivo de conter pressões inflacionárias e baratear importações de bens de capital. (Reportagem adicional de Natália Cacioli)

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