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Dólar sobe 0,21% ante real, ainda de olho no BC

Por BRUNO FEDEROWSKI E NATÁLIA CACIOLI
Atualização:

Ainda sob a vigilância do Banco Central, o dólar fechou em alta ante o real pela quarta sessão seguida nesta quinta-feira, puxado por operações pontuais, que reverteram o movimento de queda visto durante a primeira parte dos negócios. A moeda norte-americana subiu 0,21 por cento, a 1,9751 real na venda, após ter registrado a mínima de 1,9645 real na parte da manhã. De acordo com dados da BM&F, o volume contratado ficou em torno de 2,775 bilhões de dólares. Com a oscilação desta quinta-feira, o dólar acumula alta de 1,44 por cento ante o real nesta semana, afastando-se do nível de 1,95 real considerado por boa parte do mercado como o piso informal definido pelo governo. Na sexta-feira da semana passada, o dólar encerrou abaixo desse patamar pela primeira vez em 10 meses. "A gente sabe hoje que quando o dólar bater 1,95 real ou 2 reais, o Banco Central vai intervir", disse o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros. "A preocupação com o BC conteve o mercado". O mercado passou a ver esses patamares como os limites de uma banda informal depois que temores com inflação alimentaram interpretações de que o governo aceitaria um dólar mais depreciado para conter pressões adicionais sobre os preços. O dólar operou em leve queda frente ao real na parte da manhã, já que exportadores aproveitaram o recente repique das cotações para fechar contratos de câmbio, aumentando a oferta da moeda norte-americana no país. "É tudo fluxo diário mesmo", disse o operador de uma corretora em São Paulo sob condição de anonimato, acrescentando que movimentos pontuais podem ter contribuído para a alta da moeda norte-americano no fim do dia. Nesta manhã, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC afirmou na ata de sua última reunião que a moderação observada na dinâmica de certos ativos reais e financeiros, entre os quais possivelmente o câmbio, terá importante força desinflacionária se permanecerem nos níveis atuais. Por outro lado, parte do mercado entendeu as declarações da autoridade monetária como um sinal de que o BC pode adiar o início do processo de aperto monetário, possivelmente mantendo a Selic em sua mínima histórica de 7,25 por cento ao ano na próxima reunião do Copom, em abril. Com isso, o país se tornaria menos atraente para capitais estrangeiros. No mercado de juros futuros, a curva ainda precifica aumento de 0,25 ponto percentual nos juros básicos em abril, mas as apostas de que o BC eleve os juros nessa data perderam força nesta quinta-feira.

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