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Dólar tem leve alta de 0,06% ante real, mesmo com expectativa de fluxo positivo

Por BRUNO FEDEROWSKI
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Após passar quase todo o pregão em queda, o dólar fechou praticamente estável ante o real nesta quarta-feira mesmo diante da possibilidade de mais entradas de divisas na economia brasileira e sob a constante atuação do Banco Central. A moeda norte-americana fechou com leve alta de 0,06 por cento, a 2,3574 reais na venda, após bater 2,3410 reais na mínima do dia e 2,3590 reais na máxima. Segundo dados da BM&F, o volume financeiro ficou em torno 1,2 bilhão de dólares. Segundo operadores ouvidos pela Reuters, o movimento de queda perdeu força a poucos minutos do fechamento dessa sessão sem um motivo muito forte aparente, apenas vendo algum fluxo de saída de recursos do país. De modo geral, o mercado enxerga que o patamar de 2,35 reais é um piso de resistência porque ainda ajuda nas exportações brasileiras. "Com todos esses anúncios de emissões (no exterior), criou-se um humor positivo para o curto prazo que não havia antes no mercado", explicou o operador de um banco internacional. A retomada das captações internacionais teve mais um capítulo, com o anúncio de que o Conselho de Administração do Santander Brasil aprovou emissão no exterior de notes equivalentes a 6 bilhões de reais. Na segunda-feira, o BNDES lançou bônus de 650 milhões de euros e, na semana passada, a Petrobras precificou emissões de 3,05 bilhões de euros e 600 milhões de libras. As captações alimentaram a expectativa de entrada de recursos na economia brasileira, após o fluxo cambial doméstico registrar no ano passado o pior resultado em mais de uma década. O cenário começou 2014, pelo menos por enquanto, com a mesma toada de saídas. Na semana passada, o Brasil registrou fluxo cambial negativo de 737 milhões de dólares, acumulando no mês déficit de 1,217 bilhão de dólares, segundo o BC. Investidores também ficaram no aguardo da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta noite sobre o futuro da Selic, hoje a 10 por cento ao ano. Segundo dados da Reuters, a curva de juros futuros mostrava que as chances de aumento de 0,5 ponto percentual na taxa superam às de elevação de 0,25 ponto por uma pequena margem. "Dependendo da decisão do BC e de como ele comunicar a decisão, isso acaba batendo no câmbio pela perspectiva de maiores ingressos (de investidores estrangeiros em busca de mais rendimentos)", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. O BC deu continuidade, nesta manhã, às suas intervenções diárias, vendendo a oferta total de 4 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares-- com vencimento em 1º de setembro. Já os swaps com vencimento em 2 de maio, que também foram ofertados, não foram vendidos. A operação teve volume equivalente a 197,9 milhões de dólares. AINDA DE OLHO NO FED Durante a tarde, o dólar chegou a anular momentaneamente a queda ante o real após divulgação de que a inflação ao produtor nos Estados Unidos em dezembro havia acelerado, alimentando as preocupações com o futuro da política monetária norte-americana. "O dólar acabou acompanhando lá fora após a divulgação dos dados dos EUA, que deram um pouco de força para a moeda", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. Os preços ao produtor nos EUA registraram o maior aumento em seis meses em dezembro, mas as pressões inflacionárias permanecem benignas. O número levantou a possibilidade de que a redução das compras de títulos do Federal Reserve seja acelerada, reduzindo ainda mais a oferta global de liquidez. No exterior, o dólar subia frente a outras moedas. Sobre uma cesta de divisas, tinha alta de cerca de 0,50 por cento no final desta tarde.

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