Dólar tem maior queda em 1 mês após dados de emprego dos EUA

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Por DANIELLE FONSECA
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O dólar encerrou em queda de mais de 1 por cento ante o real nesta sexta-feira, o maior recuo em mais de um mês, depois que dados de emprego melhores do que o esperado nos Estados Unidos aumentarem o apetite dos investidores por ativos de risco. Uma releitura menos pessimista das declarações dadas pelo Presidente do Banco Central Europeu na véspera também contribuíram para a queda da moeda norte-americana. O dólar fechou com desvalorização de 1,12 por cento, a 2,0278 reais na venda. Foi a maior queda desde o dia 29 de junho passado, quando a moeda norte-americana recuou 3,20 por cento. Durante o dia, a divisa oscilou entre 2,0222 reais e 2,0450 reais. O recuo nesta sessão ainda ajudou a anular parte dos ganhos da semana, em que o dólar encerrou com alta de 0,22 por cento. "Acompanhamos bem o mercado internacional e essa melhora do emprego nos Estados Unidos é que motivou esse otimismo lá fora. Os números não estão deixando apagar a chama de esperança de uma melhora da economia global", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. Os Estados Unidos criaram 163 mil postos de trabalho em julho, o maior número dos últimos cinco meses. Economistas previam 100 mil contratações durante o mês. Apesar disso, a taxa de desemprego norte-americana subiu para 8,3 por cento --o que pode manter intactas as expectativas de estímulo monetário adicional por parte do Federal Reserve, o banco central do país. Os investidores também digeriram melhor as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que na quinta-feira decepcionou os mercados ao não anunciar medidas imediatas para conter a crise na zona do euro. Draghi afirmou na que o BCE está se preparando para comprar títulos italianos e espanhóis no mercado aberto, mas indicou que a intervenção não começará antes de setembro. As expectativas de alguma ação imediata por parte do BCE eram altas porque, dias antes, Draghi havia prometido fazer tudo o que fosse necessário para salvar o euro. "Eu acho que lá atrás ele não falou absolutamente nada que justificasse aquele otimismo, ele só disse que ia proteger a moeda. Acredito que o mercado está ajustando o pessimismo exagerado de ontem e o otimismo de antes, procurando um ponto neutro", disse diretor de tesouraria de um banco nacional, em São Paulo, que prefere não ser identificado. Com a melhora desta sessão, investidores tiverem impulso para sair de posições compradas na moeda norte-americana, afirmou o diretor.

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