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Dose terapêutica de radiação reduz massa óssea em ratos

O resultado tem implicações tanto para tratamentos de saúde quanto para astronautas

Por Agencia Estado
Atualização:

Ratos que receberam uma única dose radioterapia perderam até 39% da parte esponjosa do interior dos ossos, reduzindo as conexões internas do osso, que suportam pesos, em até 64%, informam pesquisadores. O estudo, publicado na edição online do Journal of Applied Physiology, tem implicações tanto para tratamentos de saúde quanto para astronautas envolvidos em missões de longa duração. "Ficamos realmente surpresos com a extensão da perda de osso", disse o principal autor do trabalho, Ted A. Bateman, da Universidade Clemson. "Estamos vendo perda em doses de radiação muito mais baixas do que esperávamos". Os ratos perderam osso trabecular, uma área esponjosa, dentro da área externa, mais densa, o osso cortical. O osso esponjoso remanescente precisa redistribuir a carga para suportar o peso, mas isso torna a estrutura mais frágil e propensa a fraturas. O resultado do estudo em ratos não pode ser aplicado diretamente a humanos, mas como tanto ratos quanto pessoas experimentam perda de osso após exposição à radiação, os resultados levantam um alerta. Bateman lembra que um estudo clínico em 6.000 pacientes de câncer, publicado no Journal of the American Medical Association, registrou que mulheres na pós-menopausa, que recebiam radiação no pélvis para combater a doença, aumentaram o risco de fratura óssea em 60%. Radioterapia após câncer anal aumentou o risco em 200%, disse ele. Astronautas perdem 2% de massa óssea para cada mês de exposição à microgravidade. Até agora, astronautas não foram expostos à radiação intensa do espaço além da Lua, mas isso vai mudar quando empreenderem a viagem para Marte, lembra Bateman.

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