Droga experimental 'reverte' mal de Alzheimer, dizem cientistas

Medicamento foi testado 'com sucesso' em ratos de laboratório nos EUA.

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

Cientistas americanos disseram que conseguiram reverter os efeitos do mal de Alzheimer usando drogas experimentais em ratos de laboratório. O tratamento ajudou a restaurar a memória de longo prazo dos animais e a melhorar o aprendizado de novas tarefas, de acordo com artigo publicado na revista Nature. As substâncias usadas estimularam a função de um gene recém identificado pela mesma equipe de cientistas, do Instituto Picower para Aprendizado e Memória do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e que está envolvido na formação da memória no cérebro. O sucesso da experiência pode contribuir para o desenvolvimento de futuros tratamentos para seres humanos afetados pela doença. Drogas conhecidas As mesmas drogas usadas na experiência, conhecidas como inibidores HDAC, estão sendo testadas atualmente para o tratamento do mal de Huntington - uma doença hereditária em que ocorre a morte de neurônios e que tem entre os sintomas movimentos involuntários, diminuição da capacidade intelectual e mudanças no comportamento. Elas também já estão disponíveis no mercado para tratar determinados tipos de câncer. Estes medicamentos reformulam a estrutura do DNA que sustenta e controla a expressão de genes no cérebro. O gene ligado ao mal de Alzheimer sobre o qual a droga atua, histona deacetilase 2 (HDAC2), regula a expressão de vários genes implicados na habilidade do cérebro de mudar em resposta a experiências e na formação da memória. A chefe da pesquisa, Li-Huei Tsai, explicou: "Ela provoca mudanças de longa duração em como outros genes se expressam, o que provavelmente é necessário para aumentar o número de sinapses e reestruturar circuitos dos neurônios, e assim melhorar a memória." "Pelo que sabemos, inibidores HDAC não foram usados para tratar do mal de Alzheimer ou de demência. Mas agora nós sabemos que a inibição do HDAC2 tem o potencial de estimular (...) a formação da memória", acrescentou. "O próximo passo é desenvolver novos inibidores HDAC2 e testar sua função em doenças humanas associadas a problemas de memória para tratar de doenças neurodegenerativas." O tratamento com inibidor HDAC para seres humanos com mal de Alzheimer ainda deve demorar uma década ou mais, de acordo com Li-Huei Tsai. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.