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É possível apagar memórias com força de vontade, diz estudo

Área específica do cérebro parece coordenar a eliminação da lembrança

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Por Redação
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Pesquisadores confirmaram o que a sabedoria tradicional já defendia faz tempo: as pessoas são capazes de eliminar, deliberadamente, lembranças perturbadoras. Eles afirmaram, ainda, que começaram a definir como a mente faz isso. As conclusões podem ajudar vítimas do transtorno do estresse pós-traumático a controlar melhor suas lembranças. "Partes do cérebro responsáveis por sustentar as lembranças são desligadas", disse Brendan Depue, doutorando em neurociência na Universidade do Colorado, que participou do estudo. Ele disse que a equipe descobriu que o centro emocional do cérebro também é desligado. Depue e seus colegas ensinaram 18 voluntários adultos a associar fotos de rostos humanos a imagens de acidentes automobilísticos ou soldados feridos. Os rostos foram mostrados dezenas de vezes aos voluntários, que então tinham que lembrar ou esquecer a imagem perturbadora associada a cada um. Quando eles quiseram bloquear uma imagem especialmente negativa, não conseguiram lembrar a foto associada a determinado rosto em cerca de 50% das tentativas, escreveu a equipe na edição de sexta-feira da revista Science. Os pesquisadores usaram a ressonância magnética funcional para analisar o que estava acontecendo dentro do cérebro durante o processo. Durante o teste, partes do córtex pré-frontal dos voluntários foram ativadas. Isso pareceu reduzir a atividade do córtex visual, onde as imagens costumam ser processadas. O hipocampo, onde as lembranças se formam e ficam armazenadas, e a amígdala, o centro emocional, também foram desativados mais tarde. A equipe reconheceu, porém, que a pesquisa ainda está longe de ter aplicação prática. "Minha previsão é que não será tão fácil suprimir algo que seja mais duradouro e mais pessoal", disse Depue. As vítimas do estresse pós-traumático normalmente sofrem durante décadas com as lembranças de uma experiência desagradável.

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