Em 1º artigo após renúncia, Fidel pede mudanças nos EUA

Líder cubano disse que ilha mudou há muito tempo e povo não quer volta ao passado.

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Por Claudia Jardim
Atualização:

O líder cubano Fidel Castro disse em seu primeiro artigo de jornal depois de anunciar que não voltará mais ao poder que concorda com o pedido, feito por autoridades americanas, de que sua saída leve a reformas. Mas não em Cuba. "Estou de acordo, mudança! Mas nos Estados Unidos. Cuba mudou há muito tempo e continuará seu rumo dialético. Não regressar jamais ao passado, exclama o nosso povo", disse Fidel, no texto publicado pelo Granma, jornal do partido comunista cubano. No artigo semanal, intitulado pela primeira vez Reflexões do companheiro Fidel e não de Reflexões do comandante Fidel, o líder cubano disparou contra declarações dos pré-candidatos à Casa Branca que exigiram "mudanças democráticas" na ilha. "Desfrutei observando a posição embaraçosa de todos os candidatos a presidente dos Estados Unidos. Se viram obrigados, um por um, a proclamar suas imediatas exigências a Cuba para não arriscar um só eleitor", disse. "Anexação, anexação, anexação! Responde o adversário, é o que no fundo pensam quando falam de mudanças." Sem direito a silêncio Fidel diz que pensou deixar de escrever suas reflexões por pelo menos durante dez dias, mas concluiu que não tinha "o direito de guardar silêncio". "Há que abrir fogo ideológico sobre eles", disse o líder cubano, que prometeu, ao renunciar, dedicar-se ao que chamou de "trincheira das idéias". Desde que o regime de Fulgêncio Batista em Cuba foi derrubado por Fidel Castro em 1959, as relações de Havana com Washington foram marcadas por uma tensão constante. Desde 1962, os Estados Unidos impõem um bloqueio econômico à ilha. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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