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Em carta, refém Betancourt diz se esforçar para sobreviver

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Por Redação
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Com detalhes dramáticos, uma carta escrita pela refém de rebeldes colombianos Ingrid Betancourt descreve como ela luta para sobreviver e manter a esperança após seis anos em campos guerrilheiros secretos. Vídeos, cartas e fotografias de Betancourt, uma política franco-colombiana, e de outras vítimas de sequestros foram confiscadas de rebeldes capturados e chocaram os colombianos. "Fisicamente, eu estou com uma aparência ruim. Eu não como mais, meu apetite está bloqueado, meus cabelos caem às mechas", escreveu Betancourt em uma carta à sua mãe, publicada no jornal El Tiempo neste sábado. "Eu não tenho entusiasmo para nada porque a única resposta para qualquer coisa aqui no campo é 'não"', escreveu. "Eu já não tenho a mesma força, agora é um esforço para me manter viva." Os documentos são a primeira evidência, desde 2003, que Betancourt pode estar ainda viva. Ex-candidata presidencial sequestrada em 2002, Betancourt é uma das figuras mais importantes entre as mantidas reféns pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que também mantém três norte-americanos em cativeiro desde 2003. Mesmo enfraquecidas pelo presidente Alvaro Uribe, as Farc ainda estão lutando na America Latina, disputando o tráfico de cocaína. Os rebeldes mantêm os reféns pela promoção política e pelo resgate. Esforços do presidente venezuelano Hugo Chávez para um acordo para libertar os reféns fracassaram na última semana, quando Uribe cancelou a mediação de esforços entre líderes esquerdistas. Imagens dos vídeos capturados mostram Betancourt bem abatida, sentada silenciosamente em um campo limpo. Outras imagens mostram os três norte-americanos: Keith Stansell, Marc Gonsalves e Thomas Howes. Betancourt contou que vive em uma rede com seus pertences embalados, pronta para marchar. Ela disse que quando tentou escapar muitos dos seus pertences foram confiscados pelos captores rebeldes. Seu único luxo é uma Bíblia, disse ela. "Há três anos eu peço uma enciclopédia para ler alguma coisa, para aprender alguma coisa, para manter viva minha curiosidade", escreveu Betancourt. Betancourt disse que é a única mulher no em grupo de oito a 10 cativos. Ela mandou mensagens perguntando de seus filhos, marido e da irmã. As negociações para libertar os reféns tem sido impedidas pela exigência dos rebeldes de desmilitarizar a região, a qual o governo recusa. (Por Patrick Markey)

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