Em Conferência da ONU, França defenderá fim do Pnuma e novo órgão

Programa da ONU para o Meio Ambiente seria substituído por um conselho específico dentro da organização

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Por Renato Andrade e BRASÍLIA
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O governo francês vai defender durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o fortalecimento dos organismos internacionais que lidam com crescimento econômico e preservação ambiental. O embaixador da França no Brasil, Yves Saint-Geours, defende a criação de um conselho específico dentro da ONU para tratar do tema, substituindo o criticado programa da instituição para o Meio Ambiente, o Pnuma. "É preciso equilíbrio entre os dois pilares: crescimento e preservação. Estamos abertos para discutir como fazer isso. Acreditamos que o fortalecimento passa por uma reformulação do Pnuma", afirmou o embaixador. Para os franceses, o programa da ONU para o meio ambiente não consegue coordenar as diversas convenções existentes sobre o tema e carece de uma representação mais ampla dos países. Segundo Saint-Geours, o programa não tem capacidade de formular e impor regras, por isso a França, apoiada por outras nações europeias, aposta que o caminho para que isso se torne realidade seja a transformação do programa em uma agência especializada da ONU. Ao ganhar esse novo status, o Pnuma teria capacidade efetiva de propor e executar medidas. A Rio+20 será realizada entre 13 e 22 de junho. O objetivo central do encontro é renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável. O embaixador francês entende que os europeus devem ter um "papel ativo" durante o encontro. "O desafio que temos é encontrar novas vias de crescimento, sem perder de nossa visão de modelo social", disse Saint-Geours. O embaixador reconheceu, entretanto, que a situação econômica da Europa cria dificuldades para que o conceito de economia verde - crescimento com atenção à preservação do meio ambiente - prospere. Ainda assim, ele lembra que a Rio+20 não será uma conferência para tomada de decisões e definição de regras a serem impostas. "Será um encontro para iniciar um movimento." Por isso, mesmo considerando o quadro de fragilidade das economias europeias, há espaço para a avançar na agenda de implementação dos conceitos da economia verde.

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