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Em discurso, Obama busca se diferenciar de Romney entre latinos

Por LAURA MACINNIS
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu na sexta-feira aos norte-americanos de origem hispânica que será um defensor dos imigrantes no seu eventual segundo mandato, contrapondo-se assim ao seu rival republicano Mitt Romney na disputa por um eleitorado que poderá ser decisivo na votação de 6 de novembro. Falando a uma entusiasmada plateia latina na Flórida -o mesmo público que na véspera ofereceu uma recepção morna a Romney-, Obama disse que "uma das maiores forças (dos Estados Unidos) da América sempre foi nossa capacidade de atrair talentos e gente trabalhadora, que acredita neste país e que deseja torná-lo forte". "Nosso sistema de imigração atual não reflete esses valores", acrescentou. Ele foi aplaudido de pé ao falar sofre a reforma que promoveu na saúde pública e sobre uma recente medida que evita a deportação de cerca de 800 mil jovens imigrantes em situação ilegal. Cerca de 50 milhões de pessoas com raízes latino-americanas vivem nos EUA, e esse grupo pode ser crucial em Estados eleitoralmente estratégicos, como Flórida, Virgínia e Colorado. As pesquisas apontam que, entre os hispânicos, Obama tem cerca de 75 por cento das intenções de voto, contra 25 por cento de Romney. Durante a fase das eleições primárias republicanas, no começo do ano, Romney provocou polêmica ao sugerir que imigrantes ilegais deveriam se "autodeportar". Mas Obama não pode relaxar na corte a esse grupo, pois muitos hispânicos estão frustrados com o fato de ele não ter promovido uma reforma total do sistema de imigração, como ele prometeu na campanha eleitoral de 2008. Por isso, Obama usou o discurso na Associação Nacional de Funcionários Latinos Eleitos e Nomeados para se eximir da culpa pelo fracasso das reformas, que ele atribuiu ao Congresso. Ele também aproveitou para lembrar à plateia que Romney já deu declarações contrárias a pontos da reforma que os hispânicos gostariam que fossem aprovados. "O seu orador de ontem tem uma visão diferente. Num discurso ele disse que, quando ele faz uma promessa para vocês, ele cumpre. Bom, ele prometeu vetar a Lei do Sonho, e devemos levar a sério a palavra dele." A Lei do Sonho, que abriria o caminho para a concessão da cidadania norte-americana a crianças levadas ilegalmente para os EUA, foi rejeitada em dezembro de 2010 pelo Senado, com o voto da maioria dos republicanos e de alguns democratas.

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