Em meio a boicote, Japão abre reunião sobre caça à baleia

O governo japonês alega que a caça à baleia é uma tradição nacional e parte central da cultura alimentar do país, e que os estoques mundiais já se recuperaram

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Japão deu início a uma conferência mundial sobre a caça à baleia fazendo críticas a dezenas de nações que optaram por boicotar o evento, afirmando que as ausências impedirão reformas importantes na Comissão Internacional de Caça à Baleia (IWC, na sigla em inglês). A conferência, que os críticos vêem como parte do esforço japonês para retomar a caça em escala comercial, conta com a presença de 34 dos 72 membros da IWC. O encontro está sendo boicotado por, entre outros, EUA, Austrália e Grã-Bretanha. O boicote ilustra a divisão profunda quanto ao programa de caça do Japão, no mesmo momento em que ativistas de defesa das baleias entram em confronto com baleeiros no Pacífico Sul. O representante do Japão na IWC, Minoru Morimoto, queixou-se de que o boicote torna "quase impossível" uma discussão proveitosa sobre a reforma da comissão que, segundo os japoneses, deveria regulamentar a caça, e não proibi-la terminantemente. Uma moratória global na caça à baleia esta´em efeito desde 1986, mas o Japão já mata centenas dos animais a cada ano, sob a alegação de pesquisa científica, uma condição prevista nos termos da moratória. A carne dos animais mortos nesse programa é comercializada como alimento. O governo japonês alega que a caça à baleia é uma tradição nacional e parte central da cultura alimentar do país, e argumenta que os estoques mundiais do cetáceo já se recuperaram, graças à moratória, o que torna viável a retomada da caça comercial, desde que supervisionada.

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