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Em SP, camelôs 'fogem' da 25 de Março para o Brás

Por AE
Atualização:

Com a fiscalização concentrada na Rua 25 de Março no período que antecede o Natal, os ambulantes migraram para as calçadas do Brás, também na região central de São Paulo. Lá, dizem, não há correria nem apreensão de mercadorias. Sábado, eles montaram suas barracas até no Largo da Concórdia, área revitalizada pela Prefeitura em 2007 e apresentada à população como a vitória do poder público sobre os ambulantes. Depois de três anos na 25 de Março, ontem foi o primeiro dia no Brás de uma vendedora de relógios de 43 anos que se identificou apenas como Albina. "Lá o clima estava muito pesado e a gente não pode esperar, meus três filhos não podem esperar, minhas contas não podem esperar", afirmou. Ela chegou cedo, às 4h30, para encontrar um ponto no novo local de trabalho. Achou um espaço na calçada da Rua Miller, ao lado de uma banca de camisetas também recém-chegada. O Brás é diferente? "Não, é bem parecido, o que muda é que na 25 a gente não consegue mais trabalhar", disse.No início do mês, convênio entre a Prefeitura e o governo estadual permitiu que PMs fiscalizassem as áreas de comércio popular, fazendo apreensões de mercadorias. A parceria já está vigor na 25 e no Largo 13. Por isso, o patrão da ambulante Vilma Santana, de 41 anos, determinou que todos os seus cem funcionários se mudassem para o Brás. Eles vendem cada óculos a R$ 5 e ganham por dia R$ 35, além de almoço. A banca improvisada também foi fornecida pelo patrão: dois isopores sobre um carrinho de bebê. No Brás, fugir do rapa virou um jogo em que as regras para vencer a fiscalização são de conhecimento geral: à tarde e aos sábados, os agentes municipais não aparecem. Pela manhã, o segredo é respeitá-los. "Eles pedem, por gentileza, que a gente deixe o ponto", conta João. "A gente muda de lugar e volta quando eles vão embora." Para todo lado os policiais viam ambulantes. Um deles admitiu que o efetivo é insuficiente para conter os camelôs.OperaçõesA Secretaria Municipal de Segurança Urbana disse que vem intensificando as operações no Brás, com 45 GCMs em 15 viaturas, das 6h às 18h. As ações acontecem desde o dia 10, quando aumentou o número de consumidores na região, e se estenderão até o final do mês. Nestes dez dias foram realizadas 3.140 apreensões de mercadorias irregulares. A secretaria diz que vai apurar possíveis erros de conduta dos guardas-civis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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