Em SP, moradores usam água para afastar dependentes

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Por AE
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Com água e pedras, moradores e comerciantes da Rua Guaianases, no centro de São Paulo, estão atacando - e se defendendo de - usuários de drogas que tomaram conta da via. É como guerrilha urbana: de um lado a comunidade, que se sente acuada, e de outra os dependentes, cujo número não para de crescer. Eles são migrantes da cracolândia, onde a Prefeitura desenvolve o projeto Nova Luz. O Ministério Público Estadual já foi acionado.O presidente do Conselho Comunitário do Centro (Conseg), Antonio de Souza Neto, afirma que a população passou a reagir porque ?não aguenta mais?. Ele argumenta que os moradores perceberam que os viciados não são perigosos, mas pessoas doentes que precisam de tratamento. ?A população procura os órgãos competentes, como Prefeitura e polícia, mas ouve como resposta que se trata de um problema social. Só que ninguém resolve. Estão nesse impasse há um ano.? Para obrigar os drogados a sair da frente das construções, prédios e lojas jogam água neles com mangueiras. ?Não ficamos só na água. Já jogamos pedras e paus. Nos defendemos dessa bagunça que a polícia e a Prefeitura dizem que é um problema social?, afirma uma síndica. Há pouco tempo, um morador, da sacada, disparou tiros para o alto para tentar intimidar usuários de drogas. Os vizinhos apoiaram. Moradores contaram que já acionaram a PM por causa de confusão na rua. ?Só que, quando uma viatura chegou, a multidão de desocupados era tão grande que eles cercaram os policiais?, diz um zelador. A população viu a polícia acuada e desceu para ajudar.O secretário municipal da Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, promete que em até 60 dias será implantado um atendimento para os usuários de drogas, que funcionará perto da Praça Júlio Prestes. ?Essa é uma situação de saúde pública e não um caso de polícia?, diz. A Polícia Militar afirma que patrulha a área e que não pode prender pessoas ?por perambularem pelas ruas?, mas apenas se houver crime. De março até agora, foram apreendidas na região 59 g de maconha, 377 g de cocaína e 360 g de crack. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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