É uma versão de alta tecnologia da fada dos dentes, mas alguns cientistas duvidam que a mordida seja para valer. A empresa BioEden Inc. abriu o primeiro banco de dentes-de-leite dos EUA, que recolhe e congela células-tronco da polpa do dente. A esperança é de que essas células possam vir a ser úteis contra doenças ou para tratar ferimentos na espinha vertebral, mas atualmente não se sabe nem se essas células serão capazes de fazer algo além de ajudar a produzir dentina para reconstruir um dente quebrado. O estudo do verdadeiro potencial das células pode levar mais de 10 anos. Mas, por uma taxa de processamento de US$ 595 e mais US$ 89 ao ano pela manutenção, a BioEden recolherá e preservará as células até que a ciência dê uma resposta. "Acho que essas células têm um potencial terapêutico maior do que pensamos", diz a porta-voz da empresa, Robin Remaley. "Não podemos provar, mas acreditamos". A BioEden promove seu trabalho como uma "alternativa ética" às células-tronco embrionárias, que são controversas porque precisam ser extraídas de embriões humanos, que acabam destruídos. Cientistas esperam usar essas células embrionárias para cultivar tecidos e tratar doenças. Dentes-de-leite oferecem as chamadas células-tronco adultas, que também poderiam ter potencial terapêutico. A BioEden baseia seu negócio num estudo realizado em 2003, que mostrou que dentes-de-leite contêm células-tronco que parecem capazes de gerar células com o potencial de produzir dentina, osso e tecido semelhante ao nervoso. Mas uma das autoras do estudo, Pamela Gehron Robey, alerta que é "muito, muito prematuro" olhar para essas células como uma fonte potencial de tratamento para problemas neurológicos. Ela disse que hesitaria em recomendar que pais invistam na estocagem dos dentes dos filhos.