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Empresa responsável por material roubado minimiza risco

Produto radioativo está dentro de uma caixa metálica presa com cadeado no porta-malas do veículo roubado

Por Antonio Pita e da Agência Estado
Atualização:

A empresa Arctest Serviços de Manutenção e Inspeção Industrial, responsável pelo veículo que transportava produto radiativo utilizado em radiografias para soldas industriais roubado por volta da meia-noite deste domingo em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, minimizou os riscos de irradiação do material.Segundo Mário de Boita, supervisor de proteção radiológica, havia adesivos e placas sobre o material e advertências sobre os riscos de contaminação em caso de vazamento. O produto radioativo estava dentro de uma caixa metálica presa com cadeado no porta-malas do veículo."Calculamos que o risco é muito pequeno. Qualquer pessoa que sabe ler vai entender a situação. E se tentar abrir a caixa metálica precisará de ferramentas especiais para serrar o aço", disse Boita. A Defesa Civil Estadual, a Polícia Federal e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) também foram comunicadas sobre o roubo do material e acompanham o caso.O roubo do veículo aconteceu após um grupo de homens armados render dois funcionários da empresa depois de terem bloqueado, no relato dos funcionários, parte da via. Os funcionários tiveram seus pertences, como dinheiro e objetos pessoais, levados. A suspeita da polícia é de que os criminosos não sabiam da carga radioativa.O caso vem sendo monitorado para evitar uma tragédia como a ocorrida em 1987, em Goiânia, quando um acidente envolvendo material radioativo provocou a morte de 60 pessoas e deixou 6 mil feridas, segundo o Greenpeace. Na época, a cápsula radioativa de um equipamento hospitalar foi descartada irregularmente e vendida como sucata.O comprador abriu a cápsula, que continha Césio 137, elemento químico altamente radioativo.O produto, que emitia uma coloração azul brilhante, despertou a curiosidade do comprador e foi distribuído entre vizinhos e amigos, que foram contaminados. Uma criança chegou a ingerir o produto. O caso é considerado a maior tragédia radiológica do País.

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