PUBLICIDADE

Empresário acusado de matar usineiro é julgado em AL

Por RICARDO RODRIGUES
Atualização:

O julgamento do empresário Francisco Oiticica, acusado de matar o primo Bernardo Oiticica, começou hoje pela manhã na Escola da Magistratura (Esmal) em Maceió. A previsão do juiz José Braga Neto, que preside o julgamento, a sentença dever ser anunciada por volta das 21 horas. A defesa alega que o assassino confesso agiu em legítima defesa, porque teria sido agredido pela vítima, ao tomar as dores de um acionista da usina Santa Clotilde, onde ocorreu o crime, em abril de 2003.Apesar de mais de seis anos do crime, o desfecho do caso atraiu uma multidão de pessoas que fizeram fila para assistir ao julgamento, que teve de ser transferido do prédio do Fórum no Barro Duro para o auditório da Esmal, no bairro do Farol. Mesmo assim, apenas 300 pessoas foram autorizadas a assistir ao julgamento, de acordo com a capacidade do auditório.Familiares do usineiro compareceram em grande número ao julgamento, usando roupas e camisetas pretas, com o nome da vítima escrito, com um pedido de justiça. O promotor de Justiça Flávio Gomes, que atua pela promotoria do caso, espera que seja acolhida a tese de homicídio duplamente qualificado, para que o acusado seja condenado a regime fechado. Os advogados José Fragoso, Jedir Medeiros e Raimundo Palmeira, atuam na defesa de Francisco Oiticica.Segundo José Fragoso, a tese da defesa é que o crime foi cometido em legítima defesa, em meio a uma discussão entre os três. "O Francisco não desejou o que aconteceu. O réu estava em uma situação de defesa de Alberto Rodrigues, um dos acionistas da empresa e dele mesmo. A discussão iniciou com o Alberto Rodrigues, e Bernardo chegou a agredir o acionista. No momento em que Chiquinho foi apartar a briga, o Bernardo o agrediu também, deflagrando um soco contra ele", argumentou o advogado.A irmã do usineiro Bernardo, Helena Oiticica, rebate a tese da defesa e diz seu irmão morreu porque tinha recuperado a usina e foi vítima da inveja. Ela reforçou várias vezes esperar que, desta vez, a justiça seja feita. "Nós confiamos na promotoria do Flávio Costa e no trabalho do advogado Everaldo Patriota. Esperamos justiça porque o crime foi cometido de forma banal e sem possibilidade de defesa da vítima. Meu irmão estava trabalhando. Acredito que os jurados devem ouvir a voz da população toda, que pede justiça e só encontra impunidade. Meu irmão não vai voltar, mas queremos evitar que isso ocorra a outras pessoas", desabafou.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.