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'Entendo de atores, mas não de celebridades'

Britânico que vive na Austrália diz que em Hollywood há mais negócios do que espetáculo

Por Etienne Jacintho/LOS ANGELES
Atualização:

 

 

 

 

Nem mesmo Sam Neill, astro da trilogia Parque dos Dinossauros, para salvar Happy Town do cancelamento. A série, que estreia neste sábado, às 21 horas, durou apenas oito episódios e, apesar de o canal Liv chamar a atração de minissérie, a verdade é que Happy Town não tem um desfecho claro. E, para uma série de mistério, o cancelamento repentino prejudica demais o público que embarca no suspense.

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Happy Town não é uma série maravilhosa, mas o primeiro episódio prende o telespectador. No estilo Twin Peaks, a série é ambientada numa cidadezinha fria chamada Haplin, conhecida como Happy Town. De feliz, no entanto, a cidade não tem nada. Uma série de desaparecimentos e acontecimentos estranhos acabam com a paz em Haplin e revelam um criminoso apelidado de Magic Man, que beira o sobrenatural.

Antes de Happy Town estrear nos EUA, Sam Neill deixou seus projetos de cinema e sua vinícola e arrumou tempo para conversar com a imprensa internacional em Los Angeles, durante evento da rede americana ABC.

 

 

Fale sobre Merritt, esse personagem misterioso e obscuro...

 

Na série, tudo está velado, escondido. Meu personagem é muito assim. Estamos construindo um labirinto e Merritt tem um passado complicado. E essa é também a verdade sobre a cidade de Haplin. Ela tem um passado obscuro e, nela, tudo pode acontecer. É um lugar infectado por uma espécie de magia e o resultado disso é que coisas inexplicáveis acontecem em Haplin e as pessoas preferem não falar sobre isso. Meu personagem é um forasteiro e não age como um dos moradores da cidadezinha.

 

 

Além dos mistérios, o que o público pode esperar de Happy Town?

 

Há elementos obscuros na cidade e na história, mas não é só isso. Há também coisas engraçadas. Vejo que estamos lidando com um nível de drama, mas também de comédia. É, obviamente, uma série de crime e mistério, mas há elementos de novela que se passa numa cidade de interior como Peyton Place (série dos anos 60), misturado com Elmore Leonard (escritor de livros policiais e de suspense) e com Gabriel García Márquez (autor colombiano de realismo fantástico). Estou aqui generalizando tudo para vocês, pois não nos deixam abrir muito do enredo da série (risos). O que posso dizer é que quando um mistério é resolvido, outro vem à tona.

 

 

Gravar uma série no Canadá não é complicado, já que você tem seus outros projetos no cinema, além de sua vinícola?

 

Não. Atuar é meu ganha-pão. Gostaria muito de produzir e dirigir mais filmes, mas isso é um tremendo trabalho duro. Minha natureza é extremamente preguiçosa. Olho para meu currículo e penso: ‘Meu Deus, realmente fiz tudo isso?’ Mas atuar é mais fácil, afinal, sei como fazer.

 

 

Você disse certa vez que é fã de Família Soprano. O que mais você gosta de ver na TV?

 

Adoro as comédias, mas acho que há muitos dramas bons no ar. Fiquei viciado em Dexter. Há também The Wire (A Escuta). Se você quiser saber mais sobre os EUA, assista a The Wire. É um entretenimento profundo. Minha série favorita, no entanto, é 30 Rock. Fantástico.

 

 

Certa vez você disse que ainda estava tentando entender como funciona o mundo de Hollywood. Já conseguiu?

 

Você tem de viver aqui para entender completamente. Tudo é sobre o show business. Na verdade, tudo gira mais em torno dos negócios do que do espetáculo. E a política e a economia deste negócio me deixam sem entender. Entendo de atuar e entendo de atores, mas não entendo o mundo de celebridades. É bizarro.

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