ENTREVISTA-Funcef vê aumento de participação em infraestrutura até 2017

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Por ANNA FLÁVIA ROCHAS
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A Funcef, fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal, vê chance de aumentar a sua participação no segmento de infraestrutura para até cerca de 20 por cento de seu portfólio até 2017, em meio à demanda por investimentos que o setor terá. "Temos 11 por cento de exposição direta e indireta em dezembro de 2012 e projetamos algo próximo de 20 por cento até 2017 dependendo das condições de mercado", disse à Reuters diretor de Investimentos da Funcef, Maurício Marcellini Pereira. A Funcef tem participação em fundos de investimento e em empresas que atuam no segmento de infraestrutura, incluindo o setor elétrico, transportes e logística. Marcellini disse que a Funcef planeja alocar entre 400 milhões e 500 milhões de reais por ano até 2017 no que chama de investimentos estruturados, que inclui infraestrutura, empresas que se beneficiam do crescimento do consumo, setores em que o Brasil têm vantagens em relação a outras partes do mundo (agronegócio, óleo e gás e florestas) e inovação tecnológica. "A gente tem algumas teses que damos uma certa preferência e a de infraestrutura é uma delas. A outra é o setor de inovação tecnológica", disse. Atualmente, a Funcef avalia a compra de cotas de quatro novos Fundos de Investimento e Participações (FIP) -- dois no setor de infraestrutura (Angra Infra 2 e Caixa Infraestrutura) e dois no segmento de inovação tecnológica (Fipac 2 e Capitaltec). Os quatro FIPs saíram de uma seleção que começou com 46 FIPs. Ainda não está definido se a Funcef entrará em todos os quatro FIPs ainda no páreo. Se for aprovada a entrada em todos, a Funcef deverá investir um total de 200 a 250 milhões de reais. ENERGIA A Funcef tem uma exposição de 1,6 bilhão de reais em capital no setor de energia, o que representa 3,5 por cento do patrimônio, sem contar os investimentos em empresas listadas. "A gente vem aumentando essa exposição no setor elétrico, mas eu acho que a gente está próximo do nível ótimo de diversificação, de 4 por cento a 5 por cento em posição de equity", disse. Segundo ele, a Funcef não está olhando a entrada em nenhum projeto de geração específico, nem aumentar a participação ou saída de projetos nos quais atua. O fundo tem uma fatia de 10 por cento na Norte Energia, responsável pela hidrelétrica Belo Monte, projeto no qual investiu cerca 176 milhões de reais, com perspectiva de que o capital próprio alocado total seja de cerca de 500 milhões de reais. Mas a entrada em projetos que se mostrarem interessantes não está descartada, porque a Funcef considera que o setor elétrico tem uma receita garantida e taxa de retorno interessante. O retorno real dos projetos do setor nos quais o banco participa está entre 9 e 10 por cento, segundo ele. "Já teve taxas melhores. As PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) em 2006 a 2007 tinham taxas de dois dígitos. Hoje, em geral, já não se consegue esse nível de retorno para esses investimentos... Mas tem que ver caso a caso", disse. No setor elétrico, a Funcef ainda tem participação de 25 por cento da empresa de energia renovável Desenvix e em cinco FIPs em fase final de investimento. A Funcef também aprovou a entrada, em 2012, no FIP Denham, voltado principalmente para energia eólica, no qual o aporte para compra de cotas --estimado entre 80 e 100 milhões de reais, ou cerca de 20 por cento do FIP-- deverá ocorrer ao longo de 2013. (Edição de Aluísio Alves)

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