OPOSIÇÃO POUCO CONHECIDA
Mas isso pode ser decorrente do fato de que Aécio e Campos não são, a esta altura da disputa, tão conhecidos como a presidente.
"Ainda têm uma parcela significativa de pessoas que dizem que não os conhecem suficientemente para dizer se votariam neles ou não", disse Cavallari.
Para ela, somente com o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV é que os dois oposicionistas se tornarão mais conhecidos e o cenário ficará mais claro.
"Independente do tempo (na propaganda de TV) que cada um tem... (é) a partir do início do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV que a exposição deles será dada de forma simultânea. Esse é o momento a partir do qual os eleitores começam a conhecer melhor os outros candidatos", disse.
"É a partir daí que a gente vai conseguir ver se eles conseguem capitalizar ou não esse desejo de mudança, se vão conseguir capitalizar essas pessoas que não estão satisfeitas com a gestão atual."
Isso deve ajudar também a reduzir o percentual de eleitores indecisos e que têm declarados nas pesquisas que votarão em branco ou anularão seus votos em 5 de outubro.
"Eu acho que nessa eleição o índice de votos brancos e nulos vai ser um pouco maior do que o histórico", disse. "Mas não será essa quantidade tão grande que a gente está vendo agora nas pesquisas."
A CEO do Ibope apontou entre outras variáveis que devem influenciar a eleição o desempenho do Brasil na organização da Copa do Mundo, e as manifestações na rua do país, que perderam força, mas ainda acontecem.
Para Cavallari, com pouco mais de uma semana de Mundial e sem grandes problemas até agora, a Copa parece não ter impactado ainda no humor do eleitorado.
Já sobre as manifestações, ela afirma que episódios violentos durante os protestos têm tirado apoio popular desses movimentos, que não têm a mesma força que tinham em junho do ano passado.
O cenário, no entanto, ainda é nebuloso e deveria sugerir mais cautela aos portadores de bola de cristal.
"Ainda podem ocorrer mudanças, tanto para um quanto para outro candidato", disse Márcia Cavallari.
"Essa (eleição) é a que mais tem variáveis em jogo que a gente não tem conhecimento pleno sobre elas. Então isso faz, claro, que a gente, como instituto de pesquisa, veja a eleição com menos clareza."