Entusiasmo aumenta com aproximação do casamento real britânico

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Por MICHAEL HOLDEN
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Uma multidão montou acampamento em Londres e um número cada vez maior de chefes de Estado já desembarcou para o casamento de sexta-feira entre o príncipe William e Kate Middleton, uma cerimônia cheio de pompa que colocou a Grã-Bretanha e sua monarquia sob os holofotes da mídia internacional. Para mostrar que por atrás do espetáculo real há sensibilidades políticas sérias, a Inglaterra retirou o convite da Síria, alegando que os ataques do país contra manifestantes pró-democracia tornou a presença de seu embaixador na ocasião inapropriada. Para homenagear a mãe de William, a princesa Diana, que morreu num acidente de carro em Paris em 1997, o casal decidiu que será tocada no casamento a mesma a música que foi cantada no funeral de Diana na abadia de Westminster, mesmo local onde o casamento vai acontecer. Em uma mensagem de agradecimento a todos os simpatizantes, o casal disse que está profundamente comovido com as manifestações de afeto que antecederam a cerimônia que vai combinar tradições ancestrais da monarquia com um toque de modernidade. Kate não vai prometer que "obedecerá" William como parte dos seus votos diante dos membros da realeza, políticos, celebridades, familiares e amigos. Entre os preparativos finais para a festa, a noiva, de 29 anos, participou de um ensaio nesta quinta-feira na abadia, o local da coroação dos monarcas desde Guilherme, o Conquistador, em 1066, acompanhada pelo irmão mais novo de William e padrinho, o príncipe Harry. "Estamos muito felizes que vocês serão capazes de participar conosco da celebração no que esperamos que seja um dos dias mais felizes de nossas vidas", disseram William, o segundo na linha de sucessão ao trono, e Kate em nota oficial. DIANA NOTADA POR AUSÊNCIA Elton John, amigo de Diana que cantou "Candle in the Wind" no funeral da princesa, será um dos convidados. Além disso, William deu à Kate o anel de safira e diamante que pertenceu à sua mãe. A fria reação da família real à morte de Diana contrastou com as fortes demonstrações de luto público e marcou um período de baixa da monarquia. Alguns chegaram a questionar se a instituição, um vestígio da glória imperial, havia perdido o seu papel unificador em um Estado moderno dividido por política partidária e separatismos regionais. O casamento de William com Kate, que vem de uma importante família de classe média sem ligações com a aristocracia, está sendo visto como uma renovação no glamour de uma marca em decadência, e uma forma mais próxima da Inglaterra contemporânea. Nas ruas ao redor da abadia, uma multidão começou a se formar e criar um acampamento improvisado, com barracas com a bandeira da Inglaterra, fotos do casal e cartazes dizendo "Está frio, mas vale a pena" ou "Deveria ter sido eu". "Eu escrevo romances e tinha que participar do evento mais romântico do mundo", disse Sheree Zielke, 55, que veio do Canadá para assistir ao evento que foi visto pelos republicanos com indiferença e com entusiasmo pelos monarquistas. A previsão é que mais 600 mil visitantes venham até a capital inglesa na sexta-feira, colocando o total de turistas em 1,1 milhão de pessoas e movimentando um valor próximo aos 50 milhões de libras (80 milhões de dólares). A segurança será reforçada no dia para evitar ataques, e a polícia está fazendo revistas nas pessoas ao redor da área do evento. Militantes islâmicos, republicanos irlandeses e anarquistas são vistos pelas autoridades como possíveis ameaças ao evento.

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